- Atualizado há 3 horas
O segurança envolvido no episódio de agressão registrado no Bar Invasão do Teatro, no Centro de Curitiba, na última quarta-feira (1°), prestou depoimento à Polícia Civil ao ser detido e detalhou como os acontecimentos ocorreram, afirmando que apenas cumpria seu dever e que, ao tentar conter um grupo de jovens que estaria consumindo drogas na porta do estabelecimento, aconteceu a confusão. Ele foi autuado e assinou Termo Circunstanciado por ameaça e lesão corporal leve.
Segundo o relato do homem, ele estava no bar, trabalhando como segurança, o que foi negado pela estabelecimento, quando viu dois jovens fazendo uso de maconha em frente ao bar, junto a um grupo de cinco a sete pessoas. O acusado afirma que, de forma educada, pediu que eles apagassem o cigarro, sendo atendido prontamente pelo rapaz, que descartou a substância.
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“Tendo sido atendido, retornei para o interior do estabelecimento, porém a menina veio atrás de mim, fazendo diversas agressões verbais e alegando que estavam em um espaço público e poderiam consumir a substância sem interferência”, declarou.
Ele disse que tentou ignorar as provocações, mas que a jovem insistiu e o afrontou. Quando solicitado a se retirar, a jovem recusou-se e o desafiou. O segurança afirma que então a segurou pelo braço para conduzi-la para fora do bar, quando recebeu um soco.
“Ela disparou a me agredir violentamente e eu apenas tentava me defender. Precisei controlá-la com uma técnica de imobilização para que as agressões não ultrapassassem aquele ponto”, explicou.
Ainda conforme seu depoimento, outros integrantes do grupo tentaram o agredir, e ele recorreu a um simulacro de arma de fogo que possuía para afastar os jovens, garantindo que a situação não se agravasse.
“Me sinto injustiçado, pois estava apenas em meu trabalho e acabei sendo submetido a uma situação de prisão provocada por jovens desordeiros usuários de drogas”, afirmou o suposto segurança, que também relatou ter sofrido ferimentos aparentes durante o confronto.
O caso de agressão ocorrido no Bar Invasão do Teatro, no Centro de Curitiba, ganhou repercussão nesta semana, com versões conflitantes entre a jovem agredida, o suposto segurança envolvido e a administração do estabelecimento.
Versão da jovem
A jovem, identificada como Luisa, afirmou que foi agredida de forma injustificada pelo homem e negou qualquer envolvimento com drogas.
“Em meio à confusão, o segurança chegou a alegar que eu estava fumando. Quero deixar bem claro que isso é mentira: eu não faço uso de maconha e nem de cigarros. Essa justificativa não passa de uma tentativa covarde de inverter a situação e justificar uma agressão que ultrapassou todos os limites do aceitável. Não se trata apenas de um excesso: foi uma agressão que não pode ser normalizada”, disse Luisa.
Ela reforçou que seguirá em busca de justiça e responsabilização do agressor: “Sigo firme em busca de justiça e pela responsabilização do segurança do estabelecimento. Não vou me calar porque cada vez que uma violência é silenciada, ela se repete. Chega de violência e chega de impunidade.”
Luisa ainda agradeceu o apoio recebido: “Quero agradecer a todas as mensagens de carinho depois do ocorrido. Esse momento não tem sido fácil, mas o apoio de vocês me dá força para seguir firme na luta por justiça. Obrigada por estarem comigo.”
Posicionamento do bar
O Bar Invasão do Teatro negou que o agressor estivesse atuando como segurança no momento do episódio, esclarecendo que ele já havia prestado serviços de forma autônoma, mas naquele dia estava como cliente.
Após a repercussão, o bar anunciou o fechamento definitivo, citando ameaças, agressões e vandalismo ao patrimônio. “A falta de condições econômicas e, principalmente, psicológicas para continuar nos forçou a tomar esta difícil decisão”, informou a administração.
Situação do caso
O suposto segurança foi detido no local, encaminhado à delegacia e assinou um Termo Circunstanciado por ameaça e lesão corporal, sendo liberado em seguida. A Polícia Civil continua investigando o caso, ouvindo testemunhas e analisando imagens das câmeras de segurança para esclarecer as circunstâncias das agressões.