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Menos de 20% dos adolescentes praticam atividade física regularmente. Essa constatação, feita em pesquisa da Organização Mundial da Saúde (OMS) acende um alerta para gestores de saúde pública, já que a prática regular previne a obesidade e diversos problemas associados ao sedentarismo na adolescência. De acordo com o coordenador da UPX Sports (complexo poliesportivo localizado dentro da Universidade Positivo), Zair Cândido, é entre os 12 e 18 anos, fase em que o corpo ainda está em desenvolvimento, que se consolidam os hábitos saudáveis levados para a vida adulta.
Mesmo com o excesso de telas, Cândido destaca que é possível encontrar esportes prazerosos e adequados à adolescência. Ele aponta quatro pilares fundamentais para quem pretende começar uma rotina de atividade física na adolescência.
Segundo a OMS, os jovens devem praticar, em média, 60 minutos de atividade física por dia, de preferência exercícios aeróbicos. O ideal é incorporar essas práticas à rotina de forma gradual, aumentando aos poucos a frequência, a intensidade e a duração. Também é importante ser realista e estabelecer metas possíveis de alcançar e superar. “Não adianta definir objetivos muito longos e inalcançáveis. O ideal é traçar pequenas metas: começar correndo 5 km, depois pensar em 10 km e, então, em uma meia maratona, por exemplo. Assim, a pessoa atinge as metas e se mantém motivada”, explica o coordenador.
A prática de atividade física para evitar o sedentarismo na adolescência é multifatorial e deve ser acompanhada por um profissional, que leve em conta os objetivos, o biotipo, o condicionamento físico e outros critérios a serem avaliados com cautela, especialmente quando o jovem ainda não está habituado aos exercícios.
O aumento de força e resistência muscular nessa fase traz benefícios como o estímulo ao crescimento ósseo e ao amadurecimento biológico. É fundamental o acompanhamento especializado desde o início, para definir a frequência, a intensidade dos treinos, os grupos musculares a serem trabalhados, o número de repetições e as cargas ideais para cada pessoa. Essa avaliação é essencial, especialmente nessa idade, pois o “estirão da adolescência” faz com que os ossos cresçam rapidamente, enquanto ligamentos e tendões ainda estão se adaptando às mudanças. “O controle de carga evita lesões nesses tecidos compostos por colágeno. Caso contrário, podem surgir problemas futuros”, reforça Cândido.
Mudanças simples para evitar o sedentarismo na adolescência, como usar a escada em vez do elevador ou caminhar no lugar de utilizar o carro, podem parecer pequenas, mas trazem grandes benefícios para quem está iniciando uma rotina mais ativa. “Quanto mais trocas para atividades que aumentem o gasto calórico, maior a chance de melhorar a performance”, destaca Cândido. O alongamento, muitas vezes negligenciado, também é fundamental para a funcionalidade no dia a dia. Ele ajuda a prevenir dores na coluna, favorece a postura correta, amplia a mobilidade articular e contribui para uma elasticidade muscular.
