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A centésima edição da Corrida Internacional de São Silvestre, realizada na manhã desta quarta-feira, 31, terminou com um final emocionante. Muse Gizachew, da Etiópia, superou Jonathan Kipkoech, do Quênia, nos 100 metros finais e venceu a prova masculina próximo à linha de chegada. O brasileiro Fábio Jesus ficou na terceira posição.
Próximo aos 40 minutos da prova masculina, Kipkoech apresentou claros sinais de cansaço, não conseguiu manter a toada forte e viu Gizachew fechar em primeiro. A diferença entre os dois foi de apenas quatro segundos: 44min28s contra 44min32s. Fábio Jesus concluiu o pódio com 45min06s.
O primeiro lugar da prova feminina ficou com Sisilia Ginoka Panga, da Tanzânia, que dominou a prova de ponta a ponta e ficou com o primeiro lugar, quebrando a sequência de oito anos das quenianas no topo do pódio. A atleta, que completou o percurso em 51min06s, desmaiou após o fim da prova e precisou ser carregada.
Cynthia Chemweno, do Quênia, ficou em segundo, com 52min30s e a brasileira Nubia de Oliveira ficou em terceiro lugar pelo segundo ano consecutivo, cravando 52min42s.
Os seis melhores colocados no masculino e no feminino receberão premiação. Os campeões vão faturar R$ 62.600,00 cada. No total, serão distribuídos R$ 295.160,00 em prêmios, valor recorde.
A última vez que um brasileiro venceu a São Silvestre foi em 2005, quando Marílson Gomes dos Santos conquistou o bicampeonato Na categoria feminina, o Brasil venceu pela última vez com Lucélia Peres, em 2006. De lá para cá, apenas atletas da África venceram a competição.
O maior vencedor da São Silvestre é o queniano Paul Tergat, com cinco títulos (1995, 1996, 1998, 1999 e 2000). No feminino, a portuguesa Rosa Mota lidera com seis vitória consecutivas de 1981 a 1986.
Apesar da chegada do verão e da onda de calor que afetou o País recentemente, a prova deste ano foi realizada com clima ameno, com temperatura de 23 graus.
Cerca de 55 mil corredores participaram do tradicional percurso de 15 quilômetros, que passa por alguns dos principais pontos turísticos de São Paulo, como o Estádio do Pacaembu e a Praça da República. Tanto a largada quanto o cruzamento da linha de chegada acontecem na Avenida Paulista, cartão postal mais famoso da capital.
COMO SURGIU A CORRIDA DE SÃO SILVESTRE?
O idealizador da prova de São Silvestre foi o jornalista Cásper Libero. Em 1924, ele assistiu a uma competição noturna em Paris, na França, na qual os atletas percorriam o trajeto portando tochas de fogo e resolveu implementá-la no Brasil na virada do ano. A primeira corrida foi disputada à meia-noite do dia 31 de dezembro de 1924. Alfredo Gomes, apelidado de Rei do Fôlego, terminou na frente entre os 48 inscritos, com o tempo de 23min10s4/100. O percurso era de 8.800 metros. Na primeira edição, apenas moradores da cidade podiam participar. A prova foi aberta a todos os brasileiros alguns anos depois.
QUEM FOI SÃO SILVESTRE?
O nome da corrida é inspirado em Silvestre I, o 33º papa da história do Catolicismo. Nasceu em Roma, em 295, e foi papa entre 314 a 335. Iniciou sua vida como papa com a missão de organizar Igreja Católica depois do decreto do imperador Constantino, que colocou fim à perseguição aos cristãos. Responsável por instituir o domingo como dia santo, ele morreu em 31 de dezembro de 335, razão pela qual a data se tornou o Dia de São Silvestre — após sua morte, foi canonizado santo pela Igreja e passou a ser referido como São Silvestre. Por ser realizada no último dia de cada ano, a corrida foi batizada com seu nome.