- Atualizado há 2 anos
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Após a pausa do recesso parlamentar de julho, a Assembleia Legislativa (Alep) retomou os trabalhos nesta terça-feira (1). Influente na casa e no posto de presidente da Comissão de Orçamento, o deputado estadual Luis Cláudio Romanelli (PSD) conversou com a imprensa e, quando questionado pelo Portal Nosso Dia a respeito da possibilidade de cassação do senador Sérgio Moro (União-PR), o que provocaria uma nova eleição suplementar, revelou ter interesse em uma eventual candidatura, além de criticar a atuação da bancada paranaense no Senado, no qual acusou não ter representatividade no cenário nacional.
Inicialmente, sobre a possível cassação de Moro, que responde por abuso de poder político e econômico durante as eleições de 2022 nos tribunais eleitorais, Romanelli afirmou ser contra cassações de mandato, mas, no caso de Moro, ponderou que a legitimidade deve ter regramento jurídico.
”Pelas manifestações que nós temos visto, a maioria dos partidos políticos no Paraná já tem pré-candidatos, a certeza é tão grande em relação a perda de mandato do senador Sérgio Moro. Eu pessoalmente sou contra cassações, pela legitimidade do mandato parlamentar que se dá em relação do peso do voto, obviamente que existe um regramento que precisa ser respeitado, sem privilégios”.
Romanelli ainda revelou que deseja ser candidato em caso de eleição suplementar. ”Quem tiver partido deverá ter candidato ao senado, o próprio partido que integro, o PSD, deve ter candidato, inclusive já falei internamente que gostaria de ser o candidato”, afirmou.
CRITICAS A MORO E ORIOVISTO
Para o deputado Romanelli, o Paraná carece de representatividade política no Senado Federal em Brasília. O pessedista não poupou criticas o senador Sérgio Moro e afirmou que o ex-ministro não dialoga a respeito dos interesses do estado. ”Eu entendo que nós estamos de fato, com representações deficitárias no senado da República. A própria postura do Sérgio Moro, a sua história. onde ele é um parlamentar hoje, um senador de oposição ao governo, uma oposição que não dialoga, efetivamente o mandato é dele, mas não representa o Paraná, e não dialoga a respeito dos temas importantes”, criticou.
Sobre o senador Oriovisto Guimarães (Podemos-PR), Romanelli acusou o parlamentar de ser ausente, parafraseando o nome ”Oriovisto” chamando-o de ”nunca visto”, . ”O senador que foi eleito em 2018, o ”nunca visto”, conhecido assim em Brasília. Pela ausência completa de representação política do Paraná. Precisamos de um senador que não vá lá cuidar do próprio umbigo”, criticou.
Procuradas pela reportagem do Nosso Dia, as assessorias dos senadores Oriovisto e Sérgio Moro afirmaram que não vão se manifestar sobre as declarações de Romanelli.
OUTROS CANDIDATOS
O deputado Romanelli é mais um agente político que confirma pré-candidatura ao senado com o avanço das ações que pedem a cassação de Moro na Justiça Eleitoral. Ainda, na tarde desta terça-feira, o atual secretário estadual de Indústria, Comércio e Serviços, deputado federal Ricardo Barros, confirmou sua intenção de disputar a possível vaga para o senado, em sua conta pessoal na rede social X (ex-Twtitter).
”Na reunião da bancada federal do Progressistas em Brasília, reafirmei que concorrerei ao senado pelo Paraná caso haja eleição suplementar em função da eventual cassação do senador Moro”, disse. Outros nomes vem surgindo para a possível disputa, de todas as matizes partidárias. No PT por exemplo, o deputado Zeca Dirceu, a presidente nacional da legenda Gleisi Hoffmann, e o ex-governador do Paraná, Roberto Requião, já confirmaram a intenção de participar da disputa.
Ainda, outro possível candidato é o jornalista Paulo Martins (PL), que nas eleições de 2022 foi o segundo colocado nas eleições para o Senado Federal, quando alcançou 29,12% dos votos, contra 33,82% de Moro.
SITUAÇÃO DE MORO
O político e ex-magistrado da Operação Lava Jato, Sergio Moro, enfrenta o perigo de ter seu mandato cassado devido a suspeitas de abuso de poder econômico durante a pré-campanha das eleições de 2022, além de supostas irregularidades.
Conforme relatório divulgado pela Folha de S. Paulo e pelo Poder 360, Moro teria declarado despesas no valor de R$ 5,2 milhões ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do estado. No entanto, o limite estabelecido para a disputa do Senado era de apenas R$ 4,4 milhões.
No último dia 5 de julho, um novo relator assumiu o caso após a nomeação de três novos membros do TRE do Paraná. Mário Helton Jorge deixou o tribunal em meio a uma confissão de declarações xenófobas em relação ao Norte e Nordeste e foi substituído pelo desembargador D’ Artagnan Serpa Sá. Essa mudança é considerada desfavorável para Moro.
Havia a expectativa de que Helton emitisse um parecer favorável ao senador, rejeitando a representação contra ele. No mês passado, Helton recusou pedidos de quebra de sigilo e busca e apreensão dos investigados. Por outro lado, D’Artagnan que não é considerado um apoiador da atuação do ex-juiz durante a Operação Lava Jato, poderia autorizar a busca por provas contra Moro.
Para complicar a situação do senador, seu ex-partido, o Podemos, liderado pela deputada federal Renata Abreu (SP), ainda busca reverter uma decisão judicial em São Paulo que bloqueou todas as contas da legenda. A sigla é acusada de não ter pago cerca de 2 milhões de reais a uma agência responsável pela produção de materiais de pré-campanha de Sérgio Moro para a Presidência em 2022. O Podemos avalia cobrá-lo na justiça, por conta do prejuízo.