- Atualizado há 2 anos
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O governador do Paraná, Ratinho Jr. (PSD), disse nesta sexta-feira (16) que deverá apoiar a candidatura do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ao Palácio do Planalto em 2026 caso ele não se torne inelegível. O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Alexandre de Moraes, marcou para o próximo dia 22 o julgamento da ação que pode fazer com que Bolsonaro perca os direitos políticos (entenda abaixo).
A declaração de Ratinho Jr. sobre o futuro ocorreu durante entrevista à revista Veja, em que ele também admitiu que pode se tornar uma opção para concorrer a Presidência da República. “Obviamente, se for o momento adequado, se eu tiver condições e se seu for a pessoa escolhida dentro de um projeto de grupo, partidário, posso ser uma opção”, disse o governador mais bem avaliado do País, segundo o instituto Paraná Pesquisas.
Ratinho Jr. formalizou apoio a Bolsonaro no segundo turno das últimas eleições de 2022, em que foi derrotado pelo agora presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). À época, o anúncio foi feito ao lado de Bolsonaro, no Palácio da Alvorada, em Brasília. “A população do Paraná tem como uma de suas virtudes a gratidão. E o governo Bolsonaro foi o que mais investiu no nosso estado nos últimos 30 anos”, disse o governador, em outubro do ano passado. A fala foi repetida durante entrevista à Veja.
À revista, ele afirmou que “apoiaria novamente, sem dúvida” e voltou a destacar que o ex-presidente da República foi importante para o desenvolvimento econômico do Paraná. “Na conjuntura política que vivíamos, do quadro naquele momento, apoiaria novamente, sem dúvida e sem problema nenhum. Acho que Bolsonaro foi um bom presidente para o Paraná. […] Os ministros dele eram capazes, conseguiram fazer o país crescer depois de uma pandemia e durante uma guerra”, declarou Ratinho Jr.
O apoio de Ratinho Jr. à possível candidatura de Jair Bolsonaro, no entanto, depende do resultado do julgamento do TSE, que está marcado para a próxima quinta-feira (22). A ação a ser analisada pelo plenário da corte eleitoral aborda uma reunião promovida pelo ex-presidente com embaixadores em julho do ano passado. Na ocasião, Bolsonaro fez acusações contra o sistema eleitoral sem apresentar provas, o que resultou na abertura de um processo, após o PDT enviar uma representação ao TSE o acusando de abuso de poder.
Se perder os direitos políticos, o ex-mandatário ficará inelegível por oito anos, prazo que passou a ser contado a partir da eleição do ano passado. Lula, contudo, nomeou cinco dos sete ministros que vão julgar a inelegibilidade de Jair Bolsonaro no TSE.
Apesar da declaração de Ratinho Jr. sobre abraçar a candidatura de Bolsonaro, ele também afirmou que o ex-presidente cometeu excessos e destacou que não concorda com algumas posições dele. “Com a posição pessoal dele, eu não concordo. Penso que esses excessos [como o discurso antivacina] o prejudicaram”, argumentou.
No entanto, ele diz esperar que Bolsonaro consiga reverter o cenário no Tribunal Superior Eleitoral, embora acredite que estejam tentando “limitar a atuação política dele”.
O governador do Paraná disse ainda que o presidente Lula também tem cometido excessos em seu governo. Para ele, a recente visita do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, ao Brasil é exemplo de um dos excessos cometidos por Lula. O mandatário foi duramente criticado por dizer que a Venezuela é alvo de “narrativas”, ao se referir às afirmações de que o país vive uma ditadura. Os EUA rechaçaram a declaração de Lula.