- Atualizado há 7 meses
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Uma grande manifestação na manhã desta segunda-feira (3) na Praça Santos Andrade, no Centro de Curitiba, marcou o início da greve dos professores das escolas públicas do Paraná, contra o projeto de lei que prevê a terceirização da gestão administrativas dos colégios do estado. A APP Sindicato, responsável pelo movimento grevista, fala em grande adesão e que, de forma total ou parcial, 100% das escolas devem aderir ao movimento.
Ao Portal Nosso Dia, durante a manifestação desta segunda-feira, a presidente da APP Sindicato, Walkiria Olegário Mazeto, afirmou que o primeiro dia da greve está sendo muito positivo. “Estamos em um ato em que esperamos de 10 a 15 mil pessoas e temos concentração em todo o estado. Nós ainda estamos fazendo levantamento das escolas, temos algumas 100% paradas e outras com paralisação parcial. Provavelmente teremos paralização em 100% das instituições, seja total ou parcial”, afirmou.
Após a manifestação, a sindicalista explicou que o grupo caminhará até a Assembleia Legislativa do Paraná, onde nesta segunda-feira (3) os deputados votarão o projeto de lei. “Vamos em caminhada à Alep. Esperamos poder entrar na Alep acompanhar a sessão e pedir a suspensão do PL, para que se possa fazer uma melhor discussão. Esperamos ser recebidos pacificamente. O receio de ser mal recebido a gente sempre tem, mas nossa luta é pela defesa da escola pública. Estamos defendendo que a escola continue sendo pública e não torne lucro no bolso dos empresários”, salientou.
Sobre a decisão da Justiça pela suspensão da greve, Walkiria Mazeto destacou que no entendimento da APP não há ilegalidade no movimento. “O pedido de suspensão está vinculado a um plano sobre como vamos atender os estudantes e ontem fizemos o nosso posicionamento à Justiça, iniciando a greve hoje. Não está no despacho a necessidade de uma nova decisão e, como entregamos o plano, nosso entendimento é de que cumprimos o que foi pedido pelo judiciário”, ressaltou.
Por fim, a presidente da APP pediu que os pais entendam que a luta é pela educação pública. “Pedimos que os pais entendam a nossa luta e não levem os filhos para as escolas em que se está com 100% de adesão. Nós temos compromisso da reposição destes dias parados, porque a nossa luta é pela qualidade da educação”, concluiu.
Também presente na manifestação, o deputado estadual Professo Lemos (PT) disse ao Portal Nosso Dia o que será feito na Alep para tentar evitar a votação do projeto. “Nós vamos receber a comissão de professores, funcionários, pais e estudantes às 11h na Alep. Vamos trabalhar para ser retirado de pauta, porque esse projeto prejudica a educação pública do Paraná, transferindo dinheiro da educação para os empresários. A educação não pode ser tratada como mercadoria. Uma empresa privada não precisa prestar contas os ao Tribunal de Contas, permitindo desvio de verbas”, criticou.
O deputado ainda argumentou a precariedade na contratação de futuros profissionais da educação. “Compromete os profissionais da educação, com contratação precária, quando deveria ser por concurso público, podendo mandar embora a hora que quiser. Os professores ficarão a mercê dos empresários e poderá haver até perseguição política aos que não forem cabos eleitorais do governante do momento. Isso atenta à liberdade de ensinar. É um projeto que não deu certo em alguns países e não dará aqui no Paraná”, concluiu.
Em um dia de incertezas nas escolas estaduais do Paraná, com muitos pais em dúvida se levam as crianças às aulas, o secretário de Estado da Educação, Roni Miranda, afirmou que a APP Sindicato faz terrorismo e está preocupada em perder membros. A declaração foi dada na manhã desta segunda-feira (3) no Jornal da Manhã, da Jovem Pan Curitiba.
Miranda afirmou que o projeto de lei Parceiros da Escola, que prevê a terceirização da gestão administrativa das escolas do Paraná e deve ser votado nesta segunda-feira na Assembleia Legislativa do Paraná (ALEP), é alvo de ataques infundados. Afirmou ainda que a APP Sindicato, que representa os professores, está preocupada em perder membros com a contração por meio de CLT prevista no programa.
“Nada muda aos estudantes. O que acontece é um terrorismo, porque o sindicato não aceita perder membros. O projeto garantirá até uniformes gratuitos. A gente vê fakes news e mentiras de que os estudantes terão que pagar mensalidade. O projeto não prevê isso”, afirmou o secretário.
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