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Uma falha nos sistemas da concessionária Via Araucária e da Secretaria da Fazenda (Sefaz) tem impedido a liberação de caminhões no pedágio de São Luiz do Purunã, na BR-277, na Região Metropolitana de Curitiba, desde a madrugada desta sexta-feira (24). O problema afeta o reconhecimento dos Manifestos Eletrônicos de Documentos Fiscais (MDF-e), documentos obrigatórios para o transporte de cargas, e tem causado lentidão e filas de até dois quilômetros.
De acordo com caminhoneiros que procuraram o Grupo BR 277, maior plataforma de monitoramento de rodovias do Sul, todos os MDF-e dos veículos parados já foram baixados. No entanto, o sistema da Sefaz não reconhece as atualizações, impedindo a liberação automática nas cancelas do pedágio. A Via Araucária confirmou o problema e informou que técnicos trabalham para restabelecer a normalidade.
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O MDF-e é um documento digital que consolida as informações fiscais de uma carga transportada e serve, entre outras funções, para evitar a cobrança indevida por eixo suspenso, prática proibida por lei desde 2018. Apesar disso, motoristas relatam que, devido à falha no sistema, o pedágio tem cobrado o valor integral mesmo de veículos descarregados.
Entre os caminhoneiros afetados está Claudinei Salvador, autônomo de 31 anos, morador de Ponta Grossa. Ele enfrenta o problema desde as 4 horas da manhã e afirma que o sistema o obriga a pagar um valor incorreto para poder seguir viagem. “Estou com todos os comprovantes, mas o sistema do pedágio, que é falho, acusa que o caminhão está carregado e que o manifesto está aberto. Isso não é verdade”, afirma.
Segundo Claudinei, em determinado momento, sete caminhões ficaram parados, bloqueando todas as cancelas no sentido norte da rodovia. Ele conta que muitos motoristas acabaram pagando a tarifa completa “pela canseira”. No caso dele, que dirige um rodotrem de nove eixos, o valor correto seria de R$ 37,20, mas o sistema tem cobrado R$ 74,40, praticamente o dobro. “Na quarta-feira passada fiquei na mesma situação e acabaram me liberando. Hoje, disseram que vão liberar sabendo que no próximo pedágio vou ser barrado de novo. Então, decidi não sair daqui”, relata.
O caminhoneiro explica que descarregou farelo de soja no Porto de Paranaguá e retornava a Ponta Grossa quando foi impedido de passar. “Saí de lá às 2 da manhã, era pra eu estar descansando agora. Mas estão me segurando aqui porque eu me recuso a pagar o valor errado”, diz.
Para Claudinei, o caso não é isolado e reflete uma falha recorrente. “Isso tem que vir à tona. Eles querem cobrar com base em um sistema falho e todo mundo paga porque não quer ficar parado. Já ganham um absurdo e ainda querem mais”, conclui.
A Via Araucária informou que o problema é pontual e está relacionado à integração entre o sistema da concessionária e o da Sefaz. A empresa disse ainda que trabalha para normalizar o tráfego e minimizar os transtornos aos motoristas.
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