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O presidente afastado do Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Ônibus de Curitiba e Região Metropolitana (Sindimoc), Anderson Teixeira, e o ex-diretor financeiro do sindicato, Sidenei Rogério, foram presos na manhã desta quinta-feira (6). A detenção aconteceu durante uma operação da Polícia Civil do Paraná (PCPR). A ação investiga um suposto esquema de desvio de recursos e fraudes em entidades ligadas ao transporte coletivo da capital e região metropolitana.
De acordo com a PCPR, as prisões ocorreram nas cidades de Curitiba, Colombo e Itaperuçu, como parte de uma operação que cumpriu 14 mandados de busca e apreensão e duas ordens de prisão. A investigação mira dirigentes do Sindimoc e da Associação dos Trabalhadores no Transporte no Estado do Paraná (ASTT).
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As equipes apreenderam documentos contábeis, contratos, registros eletrônicos e extratos bancários, que agora serão periciados para apurar a existência de desvios e irregularidades na gestão dos recursos das entidades.
Segundo a polícia, o inquérito foi instaurado após denúncia sobre movimentações suspeitas e pagamentos irregulares realizados pelo então presidente e pelo diretor financeiro suspenso do sindicato. As investigações apontam ainda para transferências bancárias diretas aos investigados, pagamentos de serviços sem contrato formal e contratações de empresas em nome dos próprios dirigentes. Há também indícios de que o esquema se estendia à ASTT, entidade que recebe repasses mensais das empresas de transporte coletivo de Curitiba e Região Metropolitana destinados à assistência médica dos trabalhadores.
A delegada Rita de Cássia Lira, responsável pelo caso, destacou que a operação tem como objetivo proteger o interesse público e os trabalhadores.
“Esta operação reforça o compromisso da Polícia Civil em apurar com rigor todas as suspeitas de desvio de recursos em entidades representativas, especialmente quando há prejuízo direto a trabalhadores e à coletividade”, afirmou.
Os dois presos foram encaminhados ao sistema penitenciário, e as investigações continuam sob coordenação da PCPR.
Em nota oficial divulgada à imprensa, a nova diretoria do Sindimoc afirmou que o sindicato é vítima da situação e que não será cúmplice de desvios ou de qualquer conduta contrária aos interesses da categoria. O comunicado destaca que os envolvidos foram afastados imediatamente após a detecção de irregularidades e que as denúncias foram encaminhadas às autoridades competentes.
“Desde o primeiro dia de gestão, a nova Direção do Sindimoc não hesitou em tomar medidas duras e imediatas. Todos os envolvidos foram sumariamente afastados e as irregularidades encontradas foram prontamente denunciadas às autoridades competentes”, diz o texto.
A nota ressalta ainda que as prisões são consequência direta da atuação da nova administração e reafirma o compromisso da entidade com a ética, legalidade e transparência.
“O Sindimoc é vítima desta situação e não será cúmplice de desvios, nem tolerará qualquer conduta que atente contra os interesses dos trabalhadores e seus associados. Seguiremos vigilantes, denunciando toda e qualquer irregularidade, e exigindo a reparação integral dos danos causados”, finaliza o documento.
O espaço permanece aberto caso as defesas de Teixeira e Rogério queiram se manifestar.