- Atualizado há 2 anos
A Vigilância em Saúde Ambiental de Campo Largo, na Região Metropolitana de Curitiba, emitiu um alerta sobre o aumento no registro de uma zoonose que acomete gatos, inclusive, com transmissão também para os humanos: a esporotricose. Considerada leve, a doença tem tratamento para ambos.
De acordo com a Secretaria de Saúde, os primeiros casos foram diagnosticados no bairro Ferrari e na região da Ferraria. Posteriormente, a doença se disseminou em Bateias e, recentemente, estão aumentando os casos nos bairros Centro, Bom Jesus e Ouro Verde.
Diante do aumento dos casos, a orientação da equipe de Vigilância é que os tutores, assim que identificarem lesões que não cicatrizam nos gatos, entrem em contato com o órgão. O telefone é (41) 99515-0086 e também recebe mensagens pelo aplicativo WhatsApp.
O mesmo alerta vale aos estabelecimentos veterinários: os profissionais que suspeitarem ou realizarem o diagnóstico laboratorial devem notificar imediatamente a Vigilância Ambiental. As equipes da Divisão vão até os domicílios para auxiliar na avaliação, diagnóstico, orientações e tratamento, inclusive fornecendo as medicações para os animais durante todo o período necessário, e acompanhando-os até o momento da alta clínica (por meio de visitas e contato telefônico).
No Paraná a doença é de notificação obrigatória. Portanto, todos os casos suspeitos e confirmados precisam de informação à Vigilância em Saúde Ambiental. Esse foi o caso, por exemplo, da Claudia de Oliveira Ribeiro, tutora do gato Manoel. Eles moram na localidade Santa Teresinha e o gato está se recuperando da zoonose, em tratamento orientado pela Vigilância, com o rosto e a pata dianteira direita recuperados depois de diversas lesões. Claudia acabou sendo acometida depois que levou um arranhão na mão. Por isso, ela também está em tratamento com medicação antifúngica indicada e fornecida pela Unidade Básica de Saúde em que ela foi atendida.
Andressa Ziolkowski Kochanny, médica veterinária da Vigilância em Saúde de Campo Largo, explica que “os gatos transmitem a doença entre eles por meio dos arranhões, das mordidas, dos espirros, das secreções e das lesões com sangue. A transmissão para o ser humano e para os cães também ocorre dessa forma”.
A esporotricose é uma zoonose causada por fungos do gênero Sporothrix. Antigamente, a população mais propensa a contrair a doença eram os trabalhadores rurais e os jardineiros, visto que esses fungos estão presentes em ambientes como terra, pedaços de madeira, troncos de árvores e galhos. Por esse motivo, os nomes “doença da roseira” e “doença do jardineiro” eram muito utilizados para se referir à esporotricose. No entanto, o perfil da doença mudou ao longo dos anos, tendo em vista que o Sporothrix brasiliensis tornou-se a cepa mais habitual, acometendo especialmente os gatos. Após serem infectados, os animais podem apresentar lesões pelo corpo e sinais respiratórios como espirros, secreção ocular, secreção nasal e dificuldade para respirar.
As principais medidas preventivas, segundo Andressa Kochanny, incluem a castração dos animais, com a finalidade de minimizar as brigas. As brigas auxiliam na transmissão da doença por conta do contato entre os gatos. Também é importante a permanência exclusiva no espaço da residência do seu tutor, com passeios nas ruas somente sob a sua companhia e supervisão.
Vigilância em Saúde Ambiental
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