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Policial que atirou homem da ponte é indiciado por tentativa de homicídio

A defesa de Luan Felipe Alves, em nota, entende que o indiciamento por tentativa de homicídio é "excessivo" e "desproporcional"
(Foto: Reprodução de Vídeo)
A defesa de Luan Felipe Alves, em nota, entende que o indiciamento por tentativa de homicídio é "excessivo" e "desproporcional"

Estadão Conteúdo

19/12/24
às
8:41

- Atualizado há 2 semanas

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O soldado da Polícia Militar Luan Felipe Alves Pereira, que no começo do mês arremessou um manobrista de uma ponte, em Cidade Ademar, na zona sul de São Paulo, foi indiciado pela Corregedoria da PM por tentativa de homicídio. O caso, que chegou a ser filmado por testemunhas, aconteceu no dia 2 de dezembro e, desde o último dia 5, o agente se encontra detido no Presídio Militar Romão Gomes.

A defesa de Luan Felipe Alves, em nota, entende que o indiciamento por tentativa de homicídio é “excessivo” e “desproporcional”. “Salvo melhor juízo, a própria vítima asseverou ter saído andando e não ter sofrido qualquer lesão com a queda”, afirmaram os advogados Wanderley Alves dos Santos e Raul Marcolino.

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Os defensores criticaram também o julgamento individualizado do caso, e alegam que o soldado está recebendo um tratamento “de abandono e demonização” pelos órgãos estatais. “Mais fácil crucificá-lo e/ou individualiza-lo a admitir a fragilidade de um efetivo ‘doente’, estressado, com parcos salários, que enxugam gelo diuturnamente na luta contra o crime que dia a dia cresce”

Ao todo, 13 policiais se envolveram na ocorrência, todos eles do 24.º Batalhão de Polícia Militar (BPM), de Diadema, região metropolitana. Além de Pereira, outros seis agentes tiveram as condutas individualizadas e vão responder por lesão corporal, peculato culposo e prevaricação.

Os envolvidos, que não tiveram a identidade informada, permanecem afastados de suas funções, segundo a Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo. A defesa deles não foi localizada.

Relembre o caso

Em depoimento à Polícia, Marcelo, que trabalha como manobrista na região dos Jardins e da Avenida Paulista, disse que, na madrugada do dia 2 de dezembro, voltava da casa da namorada de moto quando se deparou com diversos policiais nos arredores da ponte, na Rua Padre Antônio de Gouveia.

Ao se deparar com o grupo de PMs, se assustou quando alguns deles o abordaram e se jogou da sua moto. Marcelo afirmou, então, que um dos PMs o pegou pelo colarinho da camisa sem explicação e o levou até a beirada da ponte.

O manobrista disse que não ofendeu ninguém e relatou ter afirmado, durante a abordagem, que não era ladrão. Apesar disso, teria sido agredido com golpes de cassetete. Em seguida, ele foi jogado brutalmente da ponte e caiu em um riacho, como mostram imagens que circularam nas redes sociais. Ele disse que caiu de joelhos, por isso não se machucou tanto.

Marcelo contou também que, assim que foi arremessado, recebeu ajuda de algumas pessoas em situação de rua para sair do riacho. Assim que voltou para a via, ele pediu ajuda para um carro que passava por lá e foi levado de carona para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Santa Catarina.

Na versão dos PMs, o manobrista teria tentado fugir de uma abordagem policial, o que resultou em uma perseguição ao motociclista. Os militares envolvidos também respondem ao caso na esfera administrativa, que apura a conduta dos agentes. O caso continua sendo investigado por meio de um Inquérito Policial Militar (IMP) pela Central Especializada de Repressão a Crimes e Ocorrências Diversas (Cerco) da 2.ª Seccional.

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