- Atualizado há 2 anos
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Os policiais civis do Paraná, por meio do Sinclapol (Sindicato das Classes Policiais Civis do Estado do Paraná), decidiram manter até a próxima segunda-feira (3) a paralisação contra a proposta de reestruturação do plano de carreira apresentada pelo Governo do Paraná. A classe ainda promete uma intensa pressão durante a votação da proposta do Executivo, marcada para segunda na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep).
Ontem, centenas de policiais civis realizaram uma caminhada até a Casa Rosada, onde fica o Departamento da Polícia Civil, em Curitiba. Os profissionais reclamam, entre outros pontos, da unificação da função de escrivão de polícia e investigador, o que aumentaria a demanda de trabalho e sucatearia o serviço. Outra reclamação é a previsão de 160 horas de sobreaviso além de da carga horária, que segundo o Sinclapol, seria sem remuneração.
A presidente do Sinclapol, Valquiria Gil Tisque, destacou que o movimento de paralisação ganhou ainda mais força nas últimas horas. “Manifestamos o descontentamento com o projeto de reestrutura da Polícia Civil, que prevê acumulo de cargos e aumento de horas trabalhadas sem remuneração. Isso é um absurdo e continuaremos em manifestação até segunda-feira. Qualquer pessoa de cargo superior que esteja atrapalhando o nosso direito de se manifestar, será denunciada ao Ministério Público”, afirmou Valquiria.
Pelo texto apresentado pelo Governo, se criaria a função de Agente de Polícia Judiciária. Conforme a presidente do Sinclapol, os policiais civis não foram devidamente ouvidos durante a elaboração do plano de carreira.
“Primeiramente, a categoria não teve acesso a esse texto entregue à Alep. Em fevereiro deste ano, houve uma reunião, trouxemos sugestões e queríamos debater, mas não houve mudanças e sequer fomos ouvidos novamente. Há muitos pontos discrepantes, como a unificação da função de escrivão e investigador, com um aumento de R$ 200 para você acumular funções”, explicou a sindicalista em entrevista ao Portal Nosso Dia na última terça-feira (27).
Sobre a reclamação dos policiais, o Governo do Paraná encaminhou a seguinte nota:
O Governo do Estado já apresentou ao Sindicato dos Investigadores a nova tabela salarial. No topo da carreira o salário saíra de R$ 11 mil para R$ 22 mil em 2026, um aumento de 100%. Do meio da carreira até o final dela os aumentos vão variar entre 32% e 81%. Além desses percentuais, ao longo do processo de reestruturação, que começou em 2022, a categoria já recebeu 9% de aumento, em média.
Além disso, no sistema antigo menos de 5% conseguiam chegar no topo da carreira. Na proposta atual, todos os policiais vão conseguir alcançar as promoções para chegar ao topo da carreira.
A gestão estadual também explicou os motivos da fusão dos cargos de investigador e escrivão para agente de polícia judiciária, que ocorrerá apenas de maneira administrativa e sem sobrecarga de trabalho, considerando que permanece a mesma jornada de trabalho de 40 horas semanais.