- Atualizado há 2 anos
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Os policiais civis do Paraná, por meio do Sinclapol (Sindicato das Classes Policiais Civis do Estado do Paraná), marcaram uma paralisação de 48 horas, a partir das 9h desta quarta-feira (28). O sindicato afirma que a classe está revoltada com a proposta de plano de carreira apresentada pelo Governo do Paraná junto à Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) que, entre outros pontos, unifica a função de escrivão de polícia e investigador, o que aumentaria a demanda de trabalho e sucatearia o serviço.
A presidente do Sinclapol, Valquiria Gil Tisque, afirmou ao Portal Nosso Dia que o texto sobre a reestruturação de carreiras da PCPR é totalmente prejudicial à classe. “Primeiramente, a categoria não teve acesso a esse texto entregue à Alep. Em fevereiro deste ano, houve uma reunião, trouxemos sugestões e queríamos debater, mas não houve mudanças e sequer fomos ouvidos novamente. Há muitos pontos discrepantes, como a unificação da função de escrivão e investigador, com um aumento de R$ 200 para você acumular funções”, explicou.
Pelo texto apresentado pelo Governo, com a unificação se criaria a função de Agente de Polícia Judiciária. Além deste ponto, a presidente destacou outros que trazem preocupação. “Está previsto 160 horas de sobreaviso além de nossa carga horária, de graça e sem remuneração, bem como aumento para os delegados aquém da categoria. Tudo isso é um absurdo e decidimos, em uma assembleia, por uma mobilização de 48 horas e uma caminhada na quinta-feira (29), do sindicato até a Casa Rosada, onde fica a administração da Polícia Civil”, pontuou.
Para a sindicalista, o principal ponto é que a categoria precisa ser ouvida na elaboração da reestruturação da carreira policial. “O projeto não foi favorável e não houve sabedoria do governo na hora da negociação. Temos pouco efetivo hoje e não temos condições de aceitar essa proposta sem uma uma negociação. Estamos tomados por uma indignação e queremos respeito. Nós não aceitamos a imposição de determinações tão absurdas no dia a dia do trabalho”, concluiu.
Ontem, o líder do governo na Alep, o deputado estadual Hussein Bakri (Alep), afirmou que ainda é possível a apresentação de emendas para a proposta apresentada pelo Executivo.
“Não participei dessa negociação especificamente com a Polícia Civil. Todo projeto passa por isso. Se houver algum acordo, podemos apresentar emenda. Há tempo hábil no caso de alguma distorção”, explicou.
Sobre a reclamação dos policiais, o Governo do Paraná encaminhou a seguinte nota:
O Governo do Estado já apresentou ao Sindicato dos Investigadores a nova tabela salarial. No topo da carreira o salário saíra de R$ 11 mil para R$ 22 mil em 2026, um aumento de 100%. Do meio da carreira até o final dela os aumentos vão variar entre 32% e 81%. Além desses percentuais, ao longo do processo de reestruturação, que começou em 2022, a categoria já recebeu 9% de aumento, em média.
Além disso, no sistema antigo menos de 5% conseguiam chegar no topo da carreira. Na proposta atual, todos os policiais vão conseguir alcançar as promoções para chegar ao topo da carreira.
A gestão estadual também explicou os motivos da fusão dos cargos de investigador e escrivão para agente de polícia judiciária, que ocorrerá apenas de maneira administrativa e sem sobrecarga de trabalho, considerando que permanece a mesma jornada de trabalho de 40 horas semanais.