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A Polícia Militar do Paraná (PMPR) divulgou uma nota oficial nesta quarta-feira (10) sobre a confusão registrada na noite de terça-feira (9), no campus da Praça Santos Andrade da Universidade Federal do Paraná (UFPR), em Curitiba. O episódio envolveu protestos de estudantes contra a realização da palestra “O STF e a Interpretação Constitucional” sobre os riscos de segurança diante da repercussão nas redes sociais. A manifestação terminou com intervenção policial, uso de armamentos não letais e a prisão de um manifestante.
Segundo a corporação, o tumulto começou quando os palestrante, o advogado criminalista Jeffrey Chiquin e o vereador Guilherme Kilter (Novo), chegaram à universidade e foram cercados por manifestantes, que teriam proferido insultos, ameaças e arremessado objetos contra ele e sua equipe. A PM afirma que tentou negociar para garantir a saída pacífica, mas, diante da resistência, utilizou “instrumentos de menor potencial ofensivo” para controlar a situação.
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Ainda conforme a nota, durante a confusão um dos acompanhantes do palestrante apontou entre os estudantes o autor de agressões contra ele. “O suspeito recebeu voz de prisão em flagrante por lesão corporal, mas não acatou a ordem, sendo contido com técnicas de contato físico. Nesse momento, parte do grupo teria avançado contra os policiais, o que motivou nova intervenção com uso de gás e outros equipamentos de contenção”, diz a nota.
O jovem foi encaminhado ao 33º Batalhão da PM, onde foi lavrado Termo Circunstanciado pelos crimes de lesão corporal, desobediência e resistência. A corporação reforçou que não houve feridos graves nem necessidade de atendimento médico e que, até agora, não foram registradas denúncias formais sobre a atuação dos policiais.
“Caso surjam reclamações, o Comando da Unidade poderá instaurar procedimento administrativo para apuração”, conclui a nota.
UFPR diz que ação foi truculenta
Em nota, a Universidade Federal do Paraná criticou a “resposta desproporcional das forças de segurança pública” contra os estudantes que se manifestavam.
Segundo a UFPR, a docente organizadora cancelou a atividade minutos antes do horário de início, previsto para as 19h. Apesar disso, “conforme câmeras de segurança, os palestrantes forçaram a entrada, empurrando o Vice-diretor do Setor de Ciências Jurídicas, o que desencadeou uma série de reações”, informou a universidade.
O texto ressalta que a autorização para uso dos espaços é concedida de forma isonômica aos docentes e reforça o compromisso da instituição com a defesa do Estado Democrático de Direito, a liberdade de expressão e a condenação de qualquer forma de violência.
De acordo com relatos, centenas de estudantes se concentraram no local para protestar contra a realização da palestra, que reuniria nomes ligados à direita e críticos da atuação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal. O clima tenso resultou em confronto e intervenção da Polícia Militar.
Confira a nota da UFPR:
“Previsto para ocorrer no Salão Nobre, nesta data, o evento foi cancelado pela docente organizadora minutos antes de sua realização.
A palestra foi organizada por uma professora do curso de Direito que tem autonomia para a promoção da atividade. Diante da repercussão nas redes sociais, a Direção da Faculdade de Direito da UFPR alertou formalmente por diversas vezes a organizadora quanto aos riscos à integridade física da comunidade acadêmica e participantes.
Contudo, conforme câmeras de segurança, os palestrantes forçaram a entrada, empurrando o Vice-diretor do Setor de Ciências Jurídicas, o que desencadeou uma série de reações que culminaram em uma resposta desproporcional das forças de segurança pública em relação à comunidade que se manifestava.
A autorização para uso dos espaços da universidade, quando atendidos os requisitos, é concedida de forma isonômica aos docentes solicitantes.
A UFPR, enquanto instituição pública e plural, tem compromisso com a defesa do Estado Democrático de Direito, liberdade de expressão e condena toda forma de violência”.