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São histórias de vida, apostaram, investiram e agora não sabem o que fazer para recuperar o prejuízo. Em Sede Alvorada a perda passa dos R$ 300 mil. Já em São João do Oeste fica um pouco menos que isso, mas o valor deve ser atualizado, já que a dona entrou na justiça. Um choro contido de 5 anos, é isso que acontece com dona Nereine toda vez que ela lembra que perdeu mais de 33 mil peixes, cerca de 27 toneladas de tilápia.
15 de dezembro de 2019, faltava pouco tempo para o verão, mas mesmo assim já fazia muito calor em Cascavel e em boa parte do Sul do Brasil. Às 15h, a energia elétrica da propriedade da dona Nereide acabou, retornando apenas 20 horas depois. Não faltaram ligações, pedidos de por favor, de socorro, para que a Copel religasse a energia. Nereide ligou pelo menos 16 vezes para a empresa.
A professora municipal aposentada começava, ao lado do esposo, uma nova atividade. Era o primeiro lote, que, inclusive, já estava vendido e o dinheiro na conta. A propriedade tem gerador e capta energia solar. Na piscicultura, ter luz é tão importante quanto ração para os peixes.
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Do outro lado do município, uma situação tão crítica quanto a da família da dona Nereide. No Distrito de Sede Alvorada, um pesque e pague com restaurante e tanques para vendas aos visitantes e compradores de grande quantidade. Com temperaturas que beiraram a sensação térmica de 40°, a luz acabou no último dia 5 de março. Segundo a Copel, pela queda de galhos e árvores sobre redes próximas. O gerador não deu conta e 55 mil peixes morreram, prejuízo que pode chegar a R$ 500 mil, R$ 300 mil só de ração.
Para o restaurante, ela precisa tirar peixes do açude do pesque e pague. Os outros açudes são de alevinos, peixes pequenos ainda e que resistiram à queda da oxigenação da água. Já os açudes onde os peixes morreram, precisarão passar por uma espécie de quarentena, ou seja, secar a água, deixar o solo rachar, limpar com cal e calcário, para retirar impurezas e possíveis parasitas.
Simone, em Sede Alvorada, e Nereide, em São João do Oeste, buscam na justiça a reparação do prejuízo. A dona do pesque e pague até mostra que na tarifa da Copel há uma mensagem alertando que o ponto é destinado à produção de peixe. Dona Nereide até procurou a empresa, mas a companhia negou ressarcimento, por isso orientou a Simone a entrar direto com uma ação judicial.
Em nota, a Copel disse que o procedimento de ressarcimento às pessoas que tiveram prejuízos só é realizado nos casos em que for comprovada a responsabilidade da concessionária no dano, isso de acordo com a Resolução Normativa nº 1000, da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Diz ainda que clientes podem fazer a solicitação pelo site da Copel (www.copel.com), acessando a aba Atendimento > Ressarcimento de Danos, ou diretamente pelo link.
Em relação aos casos citados pela reportagem, uma das unidades consumidoras não protocolou pedido de ressarcimento junto à Copel. Já a segunda, da dona Nereide, protocolou o pedido em 2020 e foi indeferido, de acordo com as regras previstas pela Aneel – foi analisado e depois passou por reanálise, que não mudou o parecer.
As informações são da Catve.com.