Pirata Zulmiro: Ele se escondeu em Curitiba e virou nome de praça; conheça a lenda
O espaço de 760 m² imortaliza a figura lendária do corsário britânico que se escondeu na cidade, no século 19, e a busca por seu tesouro perdido
O novo parquinho do Pirata Zulmiro, e a entrega das obras de revitalização do Bosque Gutierrez, no bairro Vista Alegre. Curitiba, 29/06/2024. Foto: Hully Paiva/SMCS
O espaço de 760 m² imortaliza a figura lendária do corsário britânico que se escondeu na cidade, no século 19, e a busca por seu tesouro perdido
Redação*
05/07/24
às
7:22
- Atualizado há 6 meses
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Curitiba ganhou, no final de junho, um novo ponto de lazer para a criançada, repleto de história. É o parquinho do Pirata Zulmiro, localizado no bosque Gutierrez, no bairro Vista Alegre. O espaço de 760 m² imortaliza a figura lendária do corsário britânico que se escondeu na cidade, no século 19, e a busca por seu tesouro perdido.
Aqui na Câmara Municipal de Curitiba (CMC), a história Pirata Zulmiro já foi tema de dois podcasts, gravados com o pesquisador e escritor Marcos Juliano Ofenbock. Ele foi o responsável por comprovar a existência do britânico, antes considerado uma lenda urbana da capital do Paraná.
Veja a lista de 10 curiosidades que você precisa saber antes de visitar o parque em homenagem ao pirata que morou e morreu em Curitiba:
Zulmiro estudou na mesma escola que o príncipe Harry. Filho de uma tradicional família europeia, ele nasceu em Cork, na Irlanda, por volta de 1798. Com o nome de batismo de Francis Hodder, Zulmiro estudou no Eton College, em Berkshire, tradicional escola da aristocracia britânica. O príncipe Harry e a família real estudaram lá, assim como J. K. Rowling, da série Harry Potter, inspirou-se no colégio para criar Hogwarts.
Francis Hodder foi membro da Marinha Inglesa. No entanto, após matar um colega numa briga de bar, viu-se obrigado a desertar, para não ser condenado à morte. Nos anos seguintes, tornou-se um pirata renomado.
Pirataria era monitorada pela monarquia portuguesa. Registros históricos da Câmara de Curitiba revelam cartas-régias de dom João VI à Câmara de Curitiba, nas décadas de 1720 e 1735, determinando a realização de diligências para recuperar tesouro do navio pirata, naufragado em Paranaguá. Já documento de 1726 alerta ao “grande perigo” de piratas invadirem o litoral da Capitania de São Paulo, da qual, à época, o Paraná fazia parte.
Um inglês, um russo e um espanhol se encontram na Ilha da Trindade, litoral do Espírito Santo. Depois de desertar da Marinha Inglesa, Zulmiro se associa ao russo Zarolho e ao espanhol José Sancho para formar o bando que ficou famoso por pilhagens nos mares do oceano Atlântico. Sancho morreu na costa da África, Zarolho morreu na Índia, onde entregou o mapa do tesouro. Zulmiro fugiu da Marinha Inglesa graças à ajuda do comandante da embarcação, que era seu amigo de juventude.
João Francisco Inglês foi o nome do pirata em Curitiba. Largado pelo seu amigo na Barra do Superagui, em 1829, com a promessa de desistir da pirataria, Zulmiro subiu a Serra do Mar e fixou residência onde hoje fica o bairro Pilarzinho. Como o jornal “A República” ligava o lote 614 a Zulmiro, foi possível identificar que ele morou na região onde está localizada hoje a Universidade Livre do Meio Ambiente. Ele viveu lá até falecer, aos 90 anos de idade, em 1889, viúvo.
João Francisco Inglês foi casado com uma ex-escrava. Registros da Igreja Católica, do óbito de Zulmiro, mostraram que ele era viúvo de Rita de Tal, uma grafia geralmente associada a ex-escravos. Ofenbock localizou o registro de casamento com a escrava Rita na igreja Matriz de Curitiba no dia 4 de fevereiro de 1829, uma africana escravizada que ele arrebatou ao chegar na cidade, ainda menina, mas que depois foi alforriada pelo próprio.
Curitiba está conectada ao maior roubo da história da pirataria: o tesouro do Pirata Zulmiro seriam as relíquias da Catedral de Lima, retiradas às pressas da cidade peruana por comerciantes espanhóis, em 1821, durante confronto dos colonizadores com tropas britânicas. O navio com madonas e baús de ouro teria sido roubado pelo bando pirata de por Francis Hodder.
Tesouro da Catedral de Lima foi enterrado na costa brasileira. A história é que, numa noite de bebedeira, Zulmiro confidenciou a um compatriota, de passagem por Curitiba, quem ele era e onde tinha escondido a pilhagem do navio espanhol, na Ilha da Trindade. A caverna onde estava o butim colapsou, décadas atrás, dificultando muito a checagem, segundo expedições anteriores feitas para a Ilha da Trindade.
A Câmara de Curitiba processou Zulmiro por “excesso de terras”. O pesquisador Marcos Juliano Ofenbock encontrou registros em jornais da época. Em 1887, o periódico “19 de Dezembro” noticiou que os vereadores passariam a cobrar uma taxa extra de João Francisco Inglês pelo “excesso de terras”. Em 1921, no jornal “A República”, aparece a Câmara de Curitiba vendendo terrenos do ex-pirata, no Pilarzinho.
Parquinho do Pirata Zulmiro tem Placa Azul, símbolo histórico de Londres. Doada pela Sociedade Britânica do Paraná, a placa celebra a relação bilateral entre Curitiba e o Reino Unido. Com direito a uma caça ao tesouro fictícia e a outras atrações, o parquinho fica no bosque Gutierrez, no bairro Vista Alegre (acesso principal pela rua Eng. Rômulo Gutierrez, pelo Portal do Sol).
Quer saber mais sobre a história do Pirata Zulmiro? Assista ao episódio do CMC Podcasts:
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