- Atualizado há 1 dia
O prefeito Eduardo Pimentel defendeu, na manhã desta quarta-feira (6/8), a desoneração da folha de pagamento para a compra de ônibus menos poluentes, como os elétricos, e o subsídio, por parte do governo federal, à gratuidade dos idosos no transporte público.
A isenção da tarifa para pessoas com mais de 65 anos está prevista em uma lei federal, mas é bancada pelos municípios. “São questões importantes para a sustentabilidade do serviço prestado à população, que temos discutido também no âmbito da Frente Nacional de Prefeitas e Prefeitos. O governo federal precisa entrar na discussão do transporte coletivo com mais força, porque esta conta está toda nas mãos dos municípios”, declarou o prefeito.
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Pimentel participou de um evento sobre monitoramento de dados no transporte coletivo promovido pela Urbanização de Curitiba (Urbs) em parceria com a Frente Nacional de Prefeitos e Prefeitas (FNP), Google e Bus2 no espaço Imap do Parque Barigui. O encontro, que reuniu representantes de 14 prefeituras, discute o uso de dados no gerenciamento e melhorias do transporte público.
“Melhorar a eficiência e a qualidade do transporte coletivo é um desafio para todas as cidades. Curitiba tem pela frente a nova concessão do transporte coletivo, cujo edital devemos lançar em novembro e o leilão em janeiro. Vamos renovar a frota, investir na eletromobilidade, ampliar integrações. Queremos que o passageiro possa sair mais tarde de casa e chegar mais cedo na volta. Isso é qualidade de vida, mais tempo para a família, o lazer, o estudo e o esporte”, disse o prefeito.
Acompanhado do presidente da Urbs, Ogeny Pedro Maia Neto, Pimentel destacou que o passageiro quer ônibus de qualidade, que chegue no horário e com tarifa justa. O prefeito, que também participou, durante a manhã, de uma reunião da Associação dos Municípios da Região Metropolitana de Curitiba (Assomec), ressaltou a importância da ampliação da integração do transporte coletivo com as cidades vizinhas. “Na semana passada, inauguramos a integração entre Tatuquara, Araucária e Fazenda Rio Grande, que vai trazer uma economia de tempo de 40 minutos para o passageiro apenas no trajeto de ida”, disse.
Ogeny Maia Neto, que também é presidente do Fórum Nacional de Secretários e Dirigentes de Mobilidade Urbana, ressaltou a importância da criação de um banco nacional de dados do setor que possa servir de base para a definição de políticas públicas. “Em 2022, quando o governo federal bancou a gratuidade dos idosos no transporte coletivo no País, muitos municípios não conseguiram acessar o recurso por falta de dados consolidados”, disse. Dos R$ 2,5 bilhões destinados a todas as cidades para o custeio da gratuidade, R$ 1 bilhão deixou de ser acessado por falta de sistema de bilhetagem eletrônica.
Para o presidente da Urbs, essa estruturação de dados é fundamental para a consolidação do Marco legal do setor (PL 3278/2021) que tramita no Congresso Nacional. “Sem dados não é possível fazer política pública” completou João Lucas Albuquerque, gerente de mobilidade urbana da FNP.
Maia Neto também fez uma explanação sobre os ganhos de eficiência e melhoria no atendimento no transporte coletivo de Curitiba a partir monitoramento e análise de dados. “Tivemos resultados concretos com ajustes de tempo feitos com base na análise de dados, o que nos permitiu aumentar a frequência das viagens em até 35% em algumas linhas com a mesma frota”, demonstrou ao citar casos das linhas Interbairros V, Boqueirão/Centro Cívico e Guilhermina.
Durante o evento, gestores municipais participaram de uma oficina de gerenciamento de dados no padrão GTFS (General Transit Feed Specification – em português, Especificação Geral de Feeds de Transporte Público).
Com esse arquivo padronizado é possível ter acesso a informações de localização de pontos de parada, traçados, grades horárias e tarifas, e disponibilizá-las à população em aplicativos como o Google Maps ou aplicativos próprios das prefeituras, além de realizar uma série de avaliações no sistema.
O chefe de ciência de dados do Ipea, Rafael Moraes Pereira, apresentou o projeto Acesso às Oportunidades, que traz estimativas de acesso a postos de emprego, saúde e educação por modo de transporte para as maiores cidades do Brasil. O Google apresentou suas ferramentas gratuitas e a Prefeitura de Belo Horizonte apresentou seu case de uso de dados GTF.
Também estiveram no evento o secretário do Governo Municipal, Marcelo Fachinello, o presidente da Agência de Assuntos Metropolitanos do Paraná (Amep), Gilson dos Santos, a diretora da ABC Trânsito, Melissa Puertas Sampaio, o diretor de mobilidade da Urbs, Sergio Oliveira, e os gestores da Urbs Alex Debortoli (operação do transporte coletivo) e Thiago Marquardt (planejamento e desenvolvimento).
*Com informações da Prefeitura de Curitiba