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Perfil: Rejeição e bullying são as principais motivações de um atirador ativo

Segundo especialista do FBI, o tempo de resposta é de suma importância no combate ao atirador ativo
Segundo especialista do FBI, o tempo de resposta é de suma importância no combate ao atirador ativo

Redação Nosso Dia

29/06/22
às
15:55

- Atualizado há 3 anos

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Os episódios envolvendo atiradores ativos, relativamente comum nos Estados Unidos, antigamente eram vistos como algo distante da realidade brasileira. Mas infelizmente esses casos também têm registros no país e estão se tornando mais frequentes. O mais recente ocorreu em Saudade, no oeste catarinense, em maio do ano passado, onde cinco pessoas foram mortas numa creche.

O FBI (a polícia federal americana) define atirador ativo como um indivíduo altamente empenhado em matar ou tentar matar pessoas em uma área populosa, onde as vítimas são escolhidas aleatoriamente. 

Marcelo Bini, investigador federal dos Estados Unidos e paramédico de guerra do Exército americano, lembra que diante de casos como esse e de tantos outros que se tem relato, é importante que os órgãos de segurança pública e a população no geral estejam preparados para agir em situações de violência extrema.

“Os policiais precisam enfrentar os atiradores, neutralizá-los e ao mesmo tempo socorrer as vítimas. Mas é importante que o serviço médico e a população também saibam responder a esse tipo de situação. O tempo de resposta é de suma importância no combate ao atirador ativo”, explicou Marcelo.

Motivações

Marcelo conta que os estudos mais recentes do FBI tentam entender as causas que levam uma pessoa a praticar esse tipo de crime. 

“Estamos estudando, ao longo dos anos, o que leva pessoas aparentemente normais a entrarem numa escola, hospital ou igreja, por exemplo, e causar um ato de terrorismo. Há vários motivos, mas os principais são a rejeição e o bullying. Se observarmos os episódios ao longo dos anos, inclusive no Brasil – Suzano (2019) e Realengo (2011), por exemplo -, vemos que a história de vida desses atiradores não envolve um passado criminoso”, comenta o investigador.

Medidas preventivas

É praticamente impossível evitar os episódios de ataques de um atirador ativo, já que eles são rápidos e mortais. No entanto, é possível aumentar a segurança dos ambientes – escolas, shoppings, hospitais – e divulgar ações e palestras sobre bullying nas escolas para evitar os efeitos dessa prática.

E infelizmente, se estiver diante de casos como esse, a orientação se baseia em três pilares, conforme explicou Marcelo:

“Trabalhamos o Run, Hide and Fight, (corra, se esconda, lute). Num primeiro momento, é preciso correr para um local seguro. Se não conseguir correr, você tentará se esconder num lugar seguro e vai criar meios para impedir que aquela ameaça te atinja. Por último, e se não houver solução, você vai lutar para se manter vivo”, ressaltou.

Outro ponto importante é a parte do resgate, onde percebeu-se que quando as próprias vítimas prestam socorro para os demais, aumentam as chances de sobrevida, seja com a aplicação de torniquetes, controle de sangramento, entre outras ações.

“Por isso, nos treinamentos que ministramos, tentamos envolver a segurança pública, os serviços de saúde (médicos, paramédicos, enfermeiros), a imprensa e a população em geral. Também estamos focados na pós-ocorrência, oferecendo ajuda a esses profissionais que estão expostos a esse tipo de trauma, garantindo que eles sejam atendidos da melhor maneira possível”, concluiu Marcelo.

Casos no Brasil de atiradores ativos 

No Brasil, apesar de menos comuns que nos Estados Unidos, os casos de atiradores ativos infelizmente também têm registros. 

Os episódios de maior repercussão foram o Massacre de Suzano (SP) em 2019, onde dois atiradores (ex-alunos) entraram numa escola estadual e mataram dez pessoas, entre alunos e funcionários, e o Massacre de Realengo (RJ), em abril de 2011, onde um ex-aluno abriu fogo contra os estudantes de uma escola municipal, deixando 13 mortos.

Nos Estados Unidos, o caso mais emblemático foi o ataque na Columbine High School, em Columbine, estado do Colorado, onde dois alunos da escola mataram 13 colegas e deixaram mais de 20 pessoas feridas. 

O primeiro caso de atirador ativo registrado nos Estados Unidos foi o ataque a tiros ocorrido na Universidade do Texas, em agosto de 1966, onde um antigo major da Marinha e estudante dessa mesma universidade matou 14 pessoas e deixou 31 feridos.

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