- Atualizado há 2 semanas
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O deputado estadual Ricardo Arruda (PL) atacou a colega parlamento, Ana Júlia Ribeiro (PT), pelo pedido para a substituição dele da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) devido às sucessivas faltas do parlamentar. Ele não compareceu às últimas quatro sessões, embora Arruda alegue que sejam três.
Segundo Ana Júlia, o pedido tem como base o Regimento Interno da Assembleia, no Artigo 78, que determina a perda do cargo na Comissão em caso de “perda de lugar”, caracterizada pela falta a três reuniões ordinárias consecutivas. A CCJ já se reuniu sete vezes este ano. Arruda compareceu em apenas duas sessões.
Em entrevista ao Portal Nosso Dia na tarde desta segunda-feira, durante sessão na Assembleia Legislativa do Paraná, Arruda atacou Ana Júlia. “Essa deputada continua achando que está no diretório acadêmico da universidade dela, até pelas roupas e pelas falas dela”, disse Arruda, que em seguida afirmou que a parlamentar está querendo chamar a atenção.
“É uma pura perseguição. Como sou o único bolsonarista e conservador, é uma perseguição. Ela leu um artigo, mas não leu o outro em que você justifica as faltas. São três sessões, não quatro, porque uma é extraordinária. Ela fez isso para ter barulho na imprensa, se estivesse preocupada, quando o deputado Renato Freitas (PT) agrediu um funcionário Casa, que ali sim foi quebra de decoro, ela teria feito algo, mas ficou quieta”, lembrou.
Sobre as faltas nas reuniões da CCJ, Arruda justificou. “Todas foram justificadas. Uma por saúde, outra tive uma reunião com a presidente do Tribunal de Justiça e a terceira eu viajei e mudou a data da sessão”, explicou o deputado.
Questionada pelo Portal Nosso Dia após a fala de Arruda, a deputada Ana Júlia disse que o deputado não consegue conviver com outras mulheres no poder. “Não sei qual a diferença das minhas roupas para com as outras deputadas. Na realidade, o deputado não sabe lidar com o contraditório. Principalmente, lidar com uma mulher jovem junto com ele. Ele busca manchar a imagem e humilhar, mas nunca tive problemas com as minhas roupas em qualquer agenda que eu fiz. O conteúdo do meu trabalho fala por si só. Ele não sabe lidar com as mulheres no poder. Isso é violência política de gênero”, destacou.
Conforme a petista, Arruda tem mania de perseguição e não foi por ele ser bolsonarista que o pedido de substituição foi protocolado. “O deputado Arruda tem essa coisa de teoria de conspiração e se acha mais importante do que é. Faria isso para qualquer deputado. As faltas dele deixam claro que não há da parte dele preocupação com a CCJ”, ressaltou.
Por fim, a parlamentar explicou que não há justificativa para faltas em comissões e que a substituição, na opinião dela, terá que acontecer. “O deputado Arruda não leu o regimento. Está claro que as faltas não podem ser justificadas em comissão e a substituição acontece se um deputado fizer o requerimento. O regimento não fala que a Mesa vai analisar. Caso o pedido não aconteça, vou judicializar a questão”, concluiu.