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O Movimento Brasil Livre (MBL) protocolou, na manhã desta segunda-feira (12), um pedido de cassação do mandato do vereador João Bettega (União), de Curitiba. Durante o ato na Câmara Municipal de Curitiba (CMC), representantes do MBL não pouparam criticas ao parlamentar, afirmando que ele busca apenas ‘likes’ em ‘caça a comunistas”, não se preocupa com pautas que importam e fez a maior traição da história contra o movimento.
A alegação do grupo é de que o parlamentar cometeu prevaricação ao não tomar providências diante de denúncias de improbidade administrativa envolvendo o presidente do Instituto Municipal de Turismo, José Luís Velloso, exonerado recentemente pelo prefeito Eduardo Pimentel (PSD). O cargo é de presidente do instituto é equivalente ao de secretário municipal. Por sua vez, Bettega negou e disse que o MBL quer destruir a união entre a direita (Confira o que disse o vereador no decorrer da reportagem).
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A crise entre Bettega e o movimento culminou com sua expulsão do MBL nesta semana. Filiado ao grupo desde 2022, o vereador perdeu também todos os assessores ligados ao movimento, que entregaram os cargos em protesto. Eles acusam Bettega de ter sido conivente com práticas que contrariam os princípios defendidos pelo MBL, como o combate à corrupção.
“A política exige coragem de manter a palavra e não trair a confiança de quem acreditou em você. Infelizmente, o vereador escolheu caminho oposto. Foi eleito com discurso de independência, mas que deu lugar ao silêncio e omissão. Protocolamos a cassação por fatos concretos e graves, O principal motivo é a omissão da escolha de Velloso para o Turismo. Ele tem uma condenação por improbidade administrativa e era de conhecimento do Bettega desde o dia 28 de fevereiro, mas ele optou por não denunciar e guardar como uma ‘carta na manga’, o que configura prevaricação e quebra de decoro”, afirmou Willian Rocha, coordenador do MBL Curitiba e ex-chefe de gabinete de Bettega.
Segundo Rocha, a atitude de Bettega se configura como a maior traição da história ao MBL, já que ele se elegeu com as bandeiras do movimento. “Maior traição da história do MBL e primeiro rompimento com um parlamentar em mandato, o que diz muito sobre a gravidade da situação. Isso foi necessário para preservar os valores que nos trouxeram até aqui. Diante destes fatos, ele foi expulso e solicitamos a cassação, para preservar a ética e transparência na política”, salientou.
O advogado do MBL Curitiba, Luiz França, destacou que Bettega estava apenas preocupado em ganhar ‘likes’ e não em legislar pelo morador da capital paranaense. “Antes, ele nunca se mostrou com medo de enfrentamento, mas quando entrou no cargo, começou a fazer uma conta de não se indispor com uma base de direita. Nós somos uma agremiação de direita, mas ele é um vereador de Curitiba e, se a Janja xingou o Musk, os curitibanos não estão nem ai. Ele queria engajar com pautas bobas e que não tem interesse com a sociedade”, disse.
Em entrevista sobre o pedido de cassação do MBL, o vereador João Bettega afirmou que a medida foi tomada porque o movimento é contra a união da direita. “Eu sempre fui a favor da união da direita, o MBL nunca foi a favor disso. Havia essa discordância e houve problemas internos. Recebo isso com tranquilidade, porque minha vida é limpa. A minha equipe tinha a visão de dividir direita e isso foi gerando um desgaste. Queria aprovar pautas como a máfia da multa, que eles não queriam”, afirmou.
Sobre saber da condenação por improbidade após aa nomeação de José Luís Velloso para o Instituto Municipal de Turismo, Bettega deu a sua versão para o caso. “O que aconteceu é que eu não tinha confiança na minha equipe. Apurei e protocolei requerimentos a cerca das nomeações. Então, eu estava apurando isso, pela falta da confiança na equipe, e não tenho problema de denunciar vagabundo. Foi condenado por improbidade administrativa, é vagabundo. Não tenho rabo preso. É um factóide para tentar me destruir porque não quis fazer as vontades de grupo. Agora querem me derrubar, porque querem tomar conta do meu gabinete”, falou.
Sobre ser um ‘caça likes’, o vereador afirmou que isso não impacta o seu trabalho como legislador. “Eu gravo no fim de semana e não falto as sessões. A equipe que não era muito produtiva. Não vou baixar a esse nível. Eu seria um fraco se aceitasse que assessores que me ameaçaram tomassem conta do meu gabinete”, concluiu.