O vice-prefeito de Curitiba, Paulo Martins, deixou o PL e oficializou na noite desta sexta-feira (9), em Curitiba, sua filiação ao Partido Novo. A mudança ocorre a menos de dois anos das eleições estaduais e já movimenta as articulações políticas no Paraná, com a possibilidade concreta de o novo filiado disputar o Governo do Estado em 2026.

Martins afirma que a decisão foi um “caminho natural”, citando sua proximidade ideológica com o Novo desde a fundação da legenda. “O partido abriu as portas, quer desenvolver projetos majoritários e ampliar sua presença nacional. É um bom desafio, por isso aceitei o convite e hoje estou feliz por estar no Partido Novo”, declarou.

A experiência à frente da vice-prefeitura de Curitiba, segundo ele, reforçou a disposição para buscar um cargo executivo estadual. “A nossa vontade é construir um projeto para disputar o Governo do Estado. Nada será imposto, é uma construção, mas o Novo está disposto a viabilizar essa candidatura e eu também. É bem possível que dê certo”, afirmou.

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Disputa deve concentrar forças da direita

Se confirmada, a candidatura de Paulo Martins colocará mais um nome no que tende a ser uma eleição fortemente polarizada entre candidatos de direita no Paraná. O atual governador, Ratinho Júnior (PSD), não pode disputar a reeleição e deverá apoiar um sucessor. Entre os cotados para receber esse apoio estão o presidente da Assembleia Legislativa do Paraná, o deputado estadual Alexandre Curi, e o secretário estadual de governo e ex-prefeito de Curitiba Rafael Greca.

Outro nome em evidência é o do senador Sérgio Moro (União Brasil), que tem sido apontado como um virtual postulante ao Governo do Estado. Questionado pelo Portal Nosso Dia sobre a possibilidade de concorrer contra Moro ou de compor com o parlamentar, Martins minimizou: “Para mim ele é uma não-questão. Se ele for disputar, a gente disputa. Se ele não for disputar, pode caminhar junto. Mas o nosso projeto não depende disso.”

Além deles, também é citado nos bastidores o secretário de Governo do Estado, Rafael Greca, ex-prefeito de Curitiba, como possível concorrente. Com tantos nomes competitivos no campo conservador, é possível que a disputa ao Palácio Iguaçu em 2026 seja marcada por embates entre diferentes alas da direita, algo que o próprio Martins considera positivo. “Se vier uma disputa direita contra direita, para mim será a etapa de uma missão cumprida, pois trabalhei muito para construir uma direita numerosa”, disse.

O governador Ratinho Júnior(PSD) esteve presente no evento do Novo e comentou a filiação do vice-prefeito de Curitiba, Paulo Martins, que deixou o PL para se filiar ao Partido Novo.

“Eu vejo que para o Novo é um ganho muito grande ter o Paulo Martins filiado ao partido. Os pensamentos e posicionamentos dele se identificam muito com o Novo. É uma jovem liderança em ascensão no Estado, que terá grande protagonismo, não só na eleição do ano que vem, mas também no futuro do Paraná”, destacou o governador.

Impactos políticos e novas composições

Com a movimentação, o Partido Novo passa a ter um nome de expressão nacional no Paraná e se coloca no centro das negociações políticas que vão definir os rumos das eleições estaduais. Até lá, o vice-prefeito promete trabalhar para fortalecer a legenda e consolidar o projeto majoritário. “Quando a gente tem vontade, a gente trabalha para realizá-la — e vamos trabalhar para isso”, concluiu.

O ex-procurador da “Lava-Jato” e filiado ao Novo, Deltan Dallagnol participou do evento e destacou que Paulo Martins já representa os valores do partido, como honestidade, competência e defesa das liberdades. Martins também expressou a intenção de disputar o governo do Paraná em 2026, ampliando o leque de candidatos do campo conservador no Estado.

“A nossa relação com o Paulo Martins é excelente porque ele representa aquilo que a gente acredita. É uma pessoa que luta por honestidade, por competência e com coragem para que a gente tenha uma política melhor, enfrentando os abusos e defendendo as liberdades e políticas públicas baseadas em evidências.”