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A Polícia Civil do Rio prendeu nesta quinta-feira, 27, um pastor que atuava como intermediador do Comando Vermelho para extorquir empresas no entorno da Refinaria Duque de Caxias (Reduc), em Duque de Caxias, na região metropolitana do Rio. De acordo com o governo, até o momento, três suspeitos foram presos
Segundo a Polícia Civil, o líder religioso integra uma associação criminosa responsável por extorsões sistemáticas contra empresas que atuam na região. O pastor se apresentava como representante comunitário, impondo regras ditadas pelo chefe do tráfico. De acordo com as investigações, ele citava a proibição de permanência de caminhões nos pátios, imposição de contratação de moradores específicos, ligados aos traficantes, e oferta de “mediação” para evitar represálias.
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O inquérito traz relatos de representantes empresariais, termos de declaração e atas do Ministério do Trabalho que demonstram que as empresas foram obrigadas a interromper suas atividades por diversos dias por ameaças feitas pelo grupo criminoso. A investigação da Polícia Civil identificou que sindicatos e associações de fachada vinham sendo instrumentalizados pelo tráfico para pressionar as empresas. Policiais civis da Delegacia de Repressão a Entorpecentes da Capital (DRE-CAP), da Baixada Fluminense (DRE-BF) e da 60ª DP (Campos Elíseos) participaram da “Operação Refinaria Livre”.
O grupo é liderado pelo chefe do tráfico de drogas na região, Joab da Conceição Silva, integrante do Comando Vermelho. Os policiais cumprem mandados de prisão temporária e de busca e apreensão.
Pastor já tinha sido preso com explosivos
No início deste mês, o pastor já havia sido foi preso em Betim (MG) durante a “Operação Aves de Rapina”, transportando uma pistola e seis granadas artesanais, além de munições e valores em espécie. Ele admitiu ter levado os artefatos explosivos desde Duque de Caxias para realizar ações de intimidação e interrupção de serviços na Refinaria Gabriel Passos (Regap), em Minas Gerais, a pretexto de atender a um “movimento grevista” organizado por sindicatos alinhados ao grupo criminoso. No veículo, também estava o presidente de uma associação de empresas de transporte de combustível.
Como funcionava o esquema na Reduc
De acordo com as investigações, as empresas instaladas na área industrial da Reduc eram forçadas a pagar valores mensais ao tráfico, sob ameaça de incêndio de caminhões, agressões a funcionários, interrupção violenta das atividades produtivas e impedimento de acesso às instalações industriais.
Segundo os policiais, integrantes da associação criminosa infiltravam-se em setores industriais, controlando ilegalmente processos de contratação, indicando candidatos sem qualificação, interferindo em processos seletivos, e cobrando vantagens indevidas em troca de vagas de emprego. O grupo também impunha a contratação de parentes e aliados do tráfico, “garantindo presença e controle direto dentro do polo industrial”.
Entre os contratados identificados está a companheira de Joab. Ela ingressou na companhia poucos dias antes do ataque criminoso à 60ª Delegacia de Polícia ocorrido em fevereiro de 2025, ordenado e comandado por Joab da Conceição Silva, segundo a Polícia Civil.