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O Paraná registrou, ao longo de 2025, 6.998 casos de picadas de escorpião e três mortes provocadas pelo veneno do animal. As vítimas fatais foram duas crianças e um adolescente, com óbitos registrados nos municípios de Cambará e Jacarezinho, no Norte Pioneiro do Estado. Diante do avanço dos acidentes, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) intensificou ações de controle, prevenção e conscientização da população.
A principal preocupação das autoridades de saúde é com o escorpião-amarelo (Tityus serrulatus), espécie considerada a mais perigosa no Paraná e responsável pelos quadros mais graves. Esse tipo de escorpião passou a ser identificado em áreas urbanas do Estado a partir da década de 1980 e tem alta capacidade de adaptação, sobretudo em ambientes com lixo, entulho e presença de insetos, como baratas.
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Como parte da campanha preventiva, a Sesa iniciou a distribuição de 300 mil folders informativos nas regiões com maior número de ocorrências, principalmente no Norte Pioneiro, Norte e Noroeste do Paraná. Um dos municípios com maior incidência é Jardim Olinda, no Noroeste, que apresenta taxa de 141,5 casos para cada 10 mil habitantes. Também estão entre as cidades com maior número de registros Paranapoema, Santa Amélia, São João do Caiuá e Inajá.
Além do material impresso, vídeos e alertas em áudio estão sendo veiculados em emissoras de TV, rádios locais e nas redes sociais da Sesa. Segundo o secretário estadual da Saúde, Beto Preto, o objetivo é alertar sobre os riscos e orientar a população sobre medidas simples que podem reduzir a presença dos animais. “O perigo que um escorpião representa é grande, mas há formas de evitar que ele se torne uma ameaça, principalmente para as crianças. Evitar entulho e sujeira nos quintais é fundamental”, destacou.
O Estado mantém um trabalho contínuo de vigilância ativa, com a captura e envio de escorpiões para identificação. Em 2025, mais de 22 mil animais foram encaminhados ao Laboratório de Taxonomia Animal (LABTAX), ligado à Divisão de Vigilância de Zoonoses e Intoxicações. As informações permitem o mapeamento das espécies e a definição de estratégias regionais de prevenção e controle, além de otimizar a distribuição de soros antiescorpiônicos.
As regionais de saúde com maior número de capturas foram a 13ª Regional de Cianorte, com 6.363 escorpiões enviados para análise, seguida pela 19ª Regional de Jacarezinho, com 6.138, e pela 17ª Regional de Londrina, com 4.363. Entre agosto e outubro, somente na área da 19ª Regional, cerca de cinco mil escorpiões foram capturados.
A Sesa também descentralizou a distribuição do soro antiescorpiônico para agilizar o atendimento em casos graves, conforme orientação das equipes médicas e do Centro de Informações e Assistência Toxicológica do Paraná (CIATox). Em caso de picada, a recomendação é procurar imediatamente a unidade de saúde mais próxima e, se possível, levar o animal ou uma foto para auxiliar no diagnóstico.
As autoridades reforçam que a prevenção começa dentro de casa. Manter quintais limpos, evitar o acúmulo de entulhos, vedar ralos e frestas, examinar roupas e calçados antes do uso e eliminar insetos que servem de alimento para os escorpiões são algumas das medidas indicadas. O uso de inseticidas domésticos não é recomendado, pois não elimina o animal e pode aumentar o risco de acidentes.
Municípios com maior incidência de picadas de escorpião em 2025, por 10 mil habitantes, lideram o alerta de que o problema exige atenção contínua do poder público e da população para reduzir novos casos e evitar mortes.
*Com informações da AEN
