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A Secretaria de Estado da Saúde do Paraná (Sesa) intensificou as ações de vigilância e prevenção contra acidentes envolvendo escorpiões. Diante do aumento dos registros, a orientação é que a população adote medidas simples de limpeza e controle de insetos para evitar a presença do animal em residências e terrenos baldios.
Somente em 2025, o Paraná contabilizou mais de 5 mil acidentes com escorpiões, resultando em três mortes — dois meninos, de 3 e 12 anos, em Cambará, e uma menina, de 4 anos, em Jacarezinho. Os óbitos ocorreram na área de abrangência da 19ª Regional de Saúde de Jacarezinho, que reúne 22 municípios.
De acordo com a Sesa, embora a maioria dos casos seja de baixa gravidade, picadas em crianças e idosos podem evoluir rapidamente e exigem atendimento médico imediato. “A prevenção é a melhor solução. Se evitarmos o acidente, estaremos preservando vidas e reduzindo a necessidade de tratamentos de urgência”, destacou o secretário estadual da Saúde em exercício, César Neves.
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O município de Cambará tem concentrado grande parte das ocorrências. Desde julho, equipes da Sesa já capturaram mais de 2 mil escorpiões na cidade, durante ações de busca ativa e mobilização comunitária. Além disso, foram produzidos 330 mil folders informativos que estão sendo distribuídos em toda a 19ª Regional, com foco em orientações preventivas.
A cidade também passou a ser ponto de armazenamento de soros antivenenos, após adequação da estrutura do hospital municipal e capacitação da equipe local. Com isso, os atendimentos a casos graves poderão ser feitos de forma mais ágil, inclusive recebendo pacientes de municípios vizinhos.
Atualmente, o Paraná conta com 225 unidades de saúde habilitadas para aplicar soros antivenenos, distribuídas nas 22 Regionais de Saúde. O fornecimento do insumo é feito pelo Ministério da Saúde, com produção exclusiva do Instituto Butantan, e o Estado mantém plantão permanente para garantir o envio rápido dos soros quando necessário.
Segundo a Sesa, não há falta de soro no Paraná. Cada ocorrência é avaliada junto ao Centro de Informação e Assistência Toxicológica (CIATox), que orienta o uso adequado do medicamento e os protocolos clínicos.
O escorpião-amarelo (Tityus serrulatus) é o mais comum e perigoso no Estado, responsável pela maioria dos acidentes graves e pelos três óbitos registrados neste ano. A espécie se reproduz de forma assexuada, o que facilita infestações, e costuma se abrigar em locais quentes e úmidos — como entulhos, telhas, frestas e materiais de construção.
A Sesa reforça que manter quintais limpos, eliminar entulhos e armazenar corretamente o lixo doméstico são medidas essenciais para reduzir o risco de acidentes. O escorpião é atraído pela presença de baratas, seu principal alimento.
Em caso de picada, é importante lavar o local com água e sabão, aplicar compressa morna e procurar atendimento médico imediato. Não se deve amarrar o membro afetado, cortar a pele ou aplicar substâncias caseiras.