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O Paraná aparece entre os estados com melhor desempenho na redução da evasão e do atraso escolar, segundo o Anuário da Educação Básica do Brasil 2025, divulgado pelo instituto Todos Pela Educação. O levantamento mostra que, em dez anos, o Estado conseguiu reduzir de forma expressiva tanto o abandono quanto a defasagem escolar, superando médias regionais e nacionais.
No ensino fundamental II, a taxa de abandono caiu de 2,7% em 2014 para 0,2% em 2024, a menor do País. O índice é quatro vezes menor que a média da região Sul (0,5%) e mais de dez vezes inferior à média nacional (3,5%). No ensino médio, o avanço também foi significativo: a taxa de abandono recuou de 6,8% para 1,3%, uma queda de 80,8%. Ainda assim, o Paraná ocupa a 4ª posição nacional, atrás de estados como Pernambuco e Espírito Santo.
Em relação ao atraso escolar, os dados indicam que 10,6% dos estudantes do ensino médio têm dois anos ou mais de defasagem, praticamente metade do índice registrado em 2014 (20,9%). O resultado coloca o Paraná na 2ª posição entre os estados brasileiros, atrás apenas de São Paulo. Nos anos finais do ensino fundamental, a redução foi semelhante: de 18,9% para 9,7%, também abaixo da média nacional (15,7%).
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Especialistas em educação apontam que esses avanços estão relacionados tanto a políticas estaduais quanto a mudanças demográficas. A queda na taxa de natalidade e, consequentemente, no número de estudantes matriculados na rede pública, teria contribuído para tornar o acompanhamento mais próximo e reduzir casos de evasão. Programas de monitoramento de frequência, busca ativa de alunos e transporte escolar também são citados como fatores que influenciam os resultados.
Apesar dos indicadores positivos, o desafio da qualidade permanece. Avaliações nacionais de aprendizagem, como o Saeb, ainda mostram defasagens em matemática e português, principalmente no ensino médio. Outro ponto sensível é a desigualdade: escolas em áreas periféricas e comunidades rurais continuam registrando índices de atraso escolar acima da média estadual.
Para o instituto Todos Pela Educação, os números do Paraná são um avanço, mas não encerram a discussão. “Reduzir a evasão é condição básica para garantir o direito à educação, mas é preciso assegurar que os estudantes aprendam de fato”, destacou a entidade no lançamento do anuário.