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Já é comprovado que a obesidade está associada a mais de 13 tipos de câncer. Além disso, pacientes que sofrem com o excesso de peso exigem um maior cuidado em procedimentos cirúrgicos. Este foi o caso de uma paciente de Ponta Grossa, Paraná, que descobriu um tumor neuroendócrino de pâncreas durante exames preparatórios para uma cirurgia bariátrica e teve que realizar uma cirurgia robótica para o tratamento da doença, em Curitiba.
A descoberta do câncer antes da perda de peso, quando a paciente encontrava-se com pouco mais de 90 quilos, fez com que a equipe médica indicasse a cirurgia robótica para o tratamento da doença. Isso porque a tecnologia facilita o acesso ao tumor em pessoas com obesidade.
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“Foi um choque saber que era um tumor maligno. Mas quando me explicaram sobre a cirurgia robótica e seus benefícios, fiquei mais tranquila e confiante”, contou a paciente, a professora Cláudia Ruanna Torres da Silva, de 31 anos. O câncer dela era um tumor que se forma nas células neuroendócrinas pancreáticas, responsáveis por produzir hormônios que regulam funções como açúcar no sangue e digestão.
O cirurgião Eduardo Ramos e sua equipe, que estão entre os maiores especialistas em fígado, pâncreas e vias biliares do Brasil, realizaram em Cláudia a centésima cirurgia robótica para remoção de tumor em pâncreas. O procedimento de alta complexidade, realizado no Hospital Nossa Senhora das Graças, representa o avanço da tecnologia aplicada à medicina.
Assista ao vídeo:
A cirurgia robótica também foi especialmente importante para Claudia porque as imagens dos exames apontavam apenas duas lesões no pâncreas. Quando o Dr. Eduardo e equipe iniciaram a cirurgia, depararam-se com sete linfonodos malignos um total de 22 linfonodos que foram retirados.
“Optamos pela robótica por se tratar de uma paciente jovem e com obesidade. Essa tecnologia reduz o trauma cirúrgico e o tempo de internação”, explica Eduardo Ramos.
Câncer de pâncreas
O procedimento de Cláudia foi a retirada do corpo e cauda do pâncreas, chamada pancreatectomia distal com esplenectomia e linfadenectomia, realizado por via robótica. A técnica permite incisões menores, maior precisão e uma recuperação mais rápida. Tanto que, em cinco dias, a paciente já teve alta do hospital, mesmo tratando-se de uma cirurgia muito complexa e com riscos. E com 22 dias já estava liberada para caminhadas e serviços leves em casa.
“Os tumores de pâncreas podem ser funcionantes (quando liberam hormônios em excesso, causando sintomas) ou não funcionantes (sem produção hormonal, geralmente descobertos em exames de rotina). Nos casos em que o tumor é maior que 2 cm, o tratamento é cirúrgico. E para alguns deles é indicada a cirurgia robótica”, explica o Dr Eduardo Ramos.
Os sintomas do câncer de pâncreas costumam ser silenciosos nas fases iniciais, o que dificulta o diagnóstico precoce. À medida que a doença avança, podem surgir dores abdominais que irradiam para as costas, perda de apetite, emagrecimento inexplicável, fraqueza, náuseas e icterícia — caracterizada pela coloração amarelada da pele e dos olhos, geralmente causada pela obstrução do ducto biliar. Também podem ocorrer fezes claras, urina escura e coceira intensa. Em alguns casos, o paciente apresenta diabetes recente ou de difícil controle, o que pode ser um sinal indireto da presença do tumor.