
- Atualizado há 1 dia
Uma operação deflagrada na manhã desta quarta-feira (3) mira uma organização criminosa envolvida na prescrição, distribuição e venda ilegal de cetamina — medicamento veterinário usado como anestésico, mas também consumido como droga alucinógena. As ações acontecem simultaneamente no Paraná, São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso e Rio de Janeiro.
A ofensiva reúne equipes das Polícias Civis dos estados envolvidos e conta com apoio do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA). Ao todo, devem ser cumpridos 12 mandados judiciais, sendo quatro de prisão e oito de busca e apreensão, além de fiscalizações em nove estabelecimentos comerciais suspeitos de captar e vender o medicamento de forma irregular.
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No Paraná, os alvos ficam em Curitiba e Fazenda Rio Grande. Em São Paulo, as diligências ocorrem em Mogi das Cruzes, Itapira, Estiva Gerbi, Valinhos, Indaiatuba, Campinas e São José do Rio Preto. Também há mandados em Belo Horizonte (MG), Várzea Grande (MT) e Macaé (RJ).
A investigação nasceu após uma ação da PMPR em 21 de maio deste ano, quando 1.171 unidades de cetamina foram apreendidas em uma casa no Bairro Alto, em Curitiba. Embora os frascos apresentassem notas fiscais e prescrições assinadas por uma médica veterinária, a análise do material revelou indícios de fraude.
Segundo a apuração, as compras foram pagas em espécie, ultrapassando R$ 100 mil, e fracionadas em diversas notas emitidas em intervalo de poucos minutos — movimento compatível com tentativa de mascarar o volume real da aquisição.
A delegada Paula Christiane Brisola, da PCPR, explica que a profissional responsável pelas prescrições levantou ainda mais suspeitas. “Em conjunto com o MAPA, verificamos que a prescritora dos medicamentos apreendidos era uma médica veterinária recém-formada que, entre fevereiro e abril de 2025, solicitou autorização ao órgão federal para aquisição de 28 mil unidades do medicamento”, afirmou.
Com o avanço das apurações, foi identificada toda a estrutura da quadrilha, que atuava principalmente no Paraná e em Santa Catarina. Apenas entre fevereiro e abril deste ano, o grupo movimentou cerca de R$ 10 milhões com a venda ilegal de cetamina, também conhecida como Special-K ou ketamina.
As equipes continuam o patrulhamento e as diligências para localizar o quarto suspeito e levantar mais detalhes sobre o funcionamento do esquema criminoso.