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Onze Pinguins encalham nas praias do Litoral do Paraná em dois dias; em SP, 40 morreram

Somente no último fim de semana, 11 animais foram resgatados vivos pela equipe multidisciplinar do Laboratório de Ecologia e Conservação (LEC) da Universidade Federal do Paraná (UFPR)
(Foto: Divulgação UFPR)
Somente no último fim de semana, 11 animais foram resgatados vivos pela equipe multidisciplinar do Laboratório de Ecologia e Conservação (LEC) da Universidade Federal do Paraná (UFPR)

Redação Nosso Dia

07/07/25
às
9:37

- Atualizado há 9 segundos

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Com a chegada do inverno e a intensificação das frentes frias, nos últimos dias foram registrados diversos encalhes de pinguins-de-Magalhães (Spheniscus magellanicus) na costa do Paraná. O pinguim-de-Magalhães é uma espécie migratória que todos os anos desloca-se para o norte do hemisfério, a partir da Patagônia Argentina, em busca de alimento e águas mais quentes. O primeiro registro de 2025 ocorreu em Matinhos, no balneário Gaivotas, no dia 25 de junho, durante o monitoramento realizado pelo Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS). No Litoral de São Paulo, mais de 40 pinguins são encontrados mortos em praia em apenas três dias. Saiba mais clicando aqui.

Somente no último fim de semana, 11 animais foram resgatados vivos pela equipe multidisciplinar do Laboratório de Ecologia e Conservação (LEC) da Universidade Federal do Paraná (UFPR), responsável pela execução do PMP-BS no estado. Além dos debilitados, mais de 20 pinguins já em óbito também foram registrados, marcando a chegada do inverno. Os animais foram encontrados em diferentes balneários do litoral, incluindo as ilhas da região, sendo que os vivos apresentavam sinais de debilidade e exaustão, e a maioria dos mortos tinham marcas sugestivas de interação com atividades de pesca.

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A espécie é registrada todos os anos no litoral do Paraná durante os meses de inverno, período em que aves juvenis em migração podem se desorientar, se afastar das rotas alimentares e encalhar em praias em busca de abrigo. “Estamos em uma importante rota migratória, e é comum observar o encalhe de pinguins e outras espécies migradoras entre junho e setembro em nossa região. Mesmo sendo uma ocorrência sazonal, o estado clínico dos animais demanda atenção, pois muitos chegam em nossa costa em condição crítica e necessitam de suporte imediato. As interações negativas entre fauna marinha e pesca é uma preocupação local, nacional e internacional, e ações integradas entre pesca, governo e ciência são necessárias para garantir o bem estar animal e uma pescaria sustentável”, explica a pesquisadora Camila Domit, coordenadora do PMP-BS/LEC-UFPR e docente da UFPR.

Resgate e atendimento especializado

Os pinguins encontrados com vida são encaminhados ao Centro de Reabilitação, Despetrolização e Análise da Saúde da Fauna Marinha (CReD) da UFPR, onde recebem atendimento especializado, passam por exames clínicos e laboratoriais, e permanecem sob cuidados intensivos até concluir a reabilitação. O atendimento desses indivíduos envolve uma série de procedimentos, de acordo com os protocolos estabelecidos pela Rede Brasileira de Atendimento a Encalhes e Informação de Pinguins – REPIN. “A chegada de pinguins exige resposta rápida e manejo adequado, pois são animais que, normalmente, chegam debilitados, desidratados e com dificuldade para se alimentar. Todo atendimento é baseado nos protocolos estabelecidos pela REPIN, com foco na reabilitação e bem-estar do animal”, afirma o Fabio Henrique de Lima, veterinário e responsável técnico do PMP-BS/LEC-UFPR.

O trabalho envolve triagem clínica, avaliação nutricional, tratamento com fluido e dieta adequada, controle da temperatura corporal e acompanhamento diário. Além disso, todos os dados são registrados no Sistema de Informação de Monitoramento da Biota Aquática (SIMBA) e contribuem nas pesquisas e no monitoramento da espécie.

Acionamentos e interação com a comunidade

As ocorrências a partir das próximas semanas devem aumentar, devido a intensificação do inverno e a maior densidade de pinguins na nossa costa paranaense, por essa razão é importante o apoio da comunidade em alertar a equipe do LEC-UFPR ao avistar pinguins na praia e cuidados para retirar animais que emalhem em redes de pesca ainda com vida. “Embora sejam animais carismáticos, é fundamental que a população entenda que o manejo incorreto pode agravar a saúde do animal, já que o próprio processo migratório gera um estresse e qualquer interferência humana pode comprometer sua recuperação. Pedimos que ao encontrar um pinguim ou qualquer outro animal marinho encalhado, não toque, tente manter uma distância segura e entre em contato imediatamente com nossa equipe”, explica Liana Rosa, gerente operacional do PMP-BS/UFPR.

O que fazer ao encontrar um pinguim na praia?
O PMP-BS/LEC-UFPR reforça à população que, ao encontrar um pinguim (ou qualquer outro animal marinho) encalhado, é importante:

– Não tocar, manipular ou tentar devolvê-lo ao mar;
– Manter distância e afastar animais domésticos;
– Acionar imediatamente a equipe do PMP-BS.

Telefone para contato no Paraná: 0800 642 33 41 ou (41) 99213-8746
O registro e atendimento adequado desses animais contribui para a ciência, a conservação e o equilíbrio dos ecossistemas marinhos da região.

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