A nutricionista Ana Bail publicou um vídeo na rede social Instagram em que relatar ter sofrido assédio de um grupo de homens que treinava no Velódromo do Parque Jardim Botânico, em Curitiba. A situação pela qual ela passou aconteceu no último sábado (24), na primeira vez que ela usava o local para pedalar.

“Esse é um recado para todos vocês idiotas que treinam aqui no Velódromo. A gente que é mulher não sente segurança em ir pra rua, nem segurança de estar em um lugar como esse, com um bando de bacana. Vocês não podem sair falando o que quiserem quando estão pedalando”, disse.

Para receber as principais informações do dia pelo WhatsApp entre no grupo do Portal Nosso Dia clicando aqui

Segundo a nutricionista o caso de assédio aconteceu logo no início do treino. “Ainda iniciando o treino, precisei utilizar momentaneamente a segunda faixa de velocidade, pois havia um pai pedalando muito devagar na faixa mais lenta. Ele acompanhava a filha, que participava de uma escolinha de triathlon, e gravava vídeos dela. Dada a baixa velocidade dele e a ocupação da linha correta, não havia como eu me manter na faixa mais lenta naquele momento. Assim que ele saiu, fui imediatamente para o lugar correto e permaneci ali durante todo o restante do treino” iniciou.

Assista ao vídeo feito pela nutricionista:

Ver essa foto no Instagram

Uma publicação compartilhada por Ana Bail – Nutri que Corre com você (@nutrianabail)

Neste momento, ela afirmou que um homem, vinculado a uma assessoria esportiva conhecida em Curitiba, passou a hostilizar verbalmenre. “A cada volta, ele fazia um novo comentário. O primeiro foi um deboche, insinuando que eu estava atrapalhando o caminho dele, o que não fazia sentido, já que ele vinha em uma faixa mais rápida. O que realmente acontecia era que ele não conseguia acompanhar o próprio pelotão e, por estar cansado, projetou essa frustração em mim”, contou.

Em seguida, as ofensas pioraram. “Na volta seguinte, mandou que eu fosse para casa. E, por fim, repetiu o deboche com mais agressividade. Ficou evidente que o incômodo não era minha presença na pista, e sim o fato de uma mulher estar treinando ali, ocupando o mesmo espaço”, revelou.

Após compartilhar o vídeo, a nutricionista afirmou que parte do que tenm recebido nas redes apenas confirma o que ocorreu naquele dia. “Muitos comentários trazem exatamente esse tipo de visão: de que o lugar da mulher é lavando louça, lavando roupa, ou que não temos capacidade de praticar esporte. Algumas pessoas tentaram invalidar o ocorrido, como se eu tivesse que provar algo. Chegaram a questionar até o simples fato de uma mulher praticar atividade física”, lamentou.

Apesar disso, ela também destacou ao Nosso Dia o apoio que recebeu. “Por outro lado, mais de 80% das manifestações foram de apoio. Muitas pessoas, inclusive homens, defenderam o uso de espaços públicos para o treino e reforçaram que sim, as mulheres têm todo o direito de estarem ali, participando, se movimentando e se cuidando”, destacou.

Por fim, Ana afirmou que ao utilizar o termo ‘babacas’ não quis generalizar. “Em momento algum eu generalizei. Nunca foi dito que todos os homens ali são babacas. O que foi apontado é que “existem pessoas com esse perfil que treinam naquele espaço”. E, se alguém entendeu diferente, talvez o problema não esteja no que foi dito, mas na forma como foi interpretado”, concluiu.