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O Paraná terá, por ano, cerca de R$ 7 bilhões em investimentos dentro das novas concessões rodoviárias quando todos os lotes estiverem em vigor, mesmo valor investido nos 24 anos do antigo Anel de Integração. A afirmação é do governador Carlos Massa Ratinho Junior durante o leilão do Lote 4 das concessões rodoviárias do Estado, realizado nesta quinta-feira (23) na B3, a Bolsa de Valores de São Paulo, destacando o potencial de investimentos do novo modelo.
O Grupo EPR, que já administra os lotes 2 e 6, ofereceu o maior desconto sobre a tarifa base e vai administrar mais um trecho paranaense, um dos mais estratégicos da malha rodoviária estadual.
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Ratinho Junior destacou o grande volume de investimentos, que deve chegar a mais de R$ 60 bilhões em obras e operação dos seis lotes concedidos. Somente no Lote 4, leiloado nesta quinta-feira, serão R$ 18 bilhões – valor que é mais do que o dobro da concessão do antigo Anel de Integração.
“A título de comparação, nos 24 anos do contrato anterior, foram investidos R$ 7 bilhões. Com os seis lotes atuais, quando todos estiverem em operação, teremos R$ 7 bilhões por ano em obras. Isso demonstra a robustez e o salto de qualidade logística que o Paraná terá a partir do momento em que todas essas obras estiverem acontecendo”, explicou.
“Nós fizemos isso com uma conversa muito clara e transparente com a população. Eu sempre disse que queria preço justo com obra, e o preço justo chegou”, ressaltou o governador, ao citar os descontos obtidos nesse lote, que podem chegar a 61% em relação ao valor que seria praticado atualmente, caso o antigo modelo estivesse em vigor. “No trecho de Jataizinho, por exemplo, o pedágio seria de R$ 36. Hoje, teremos uma tarifa em torno de R$ 14”.
Ratinho Junior lembrou o cenário vivido pelo Paraná com as antigas concessões rodoviárias, encerradas em 2021. “Por muito tempo, o pedágio foi uma grande chaga do nosso Estado, que foi usado de forma política, demagógica e mentirosa com a população do Paraná. Uma concessão que foi feita em 1997, onde o paranaense pagava os pedágios mais caros do Brasil, com rodovias em pistas simples, sem obras”, disse.
O governador destacou o processo de construção do modelo das novas concessões rodoviárias, que uniu, em um mesmo pacote, rodovias estaduais e federais, algo inédito no País. “Quando assumimos o governo, decidimos enfrentar esse problema, debatendo o tema de forma clara, transparente e técnica. Construímos uma proposta com o governo federal de unir rodovias estaduais e federais para que pudéssemos fazer um grande pacote de concessões e atrair grupos como os que estão aqui hoje”, defendeu.
O objetivo foi proporcionar que empresas sérias, com capacidade técnica e financeira, pudessem participar dos leilões, garantindo obras e preço justo. “Grupos respeitados, com capacidade financeira e conhecimento técnico, para realizar um grande projeto, que se transformou no maior programa de concessões rodoviárias da América Latina. São 3,3 mil quilômetros de concessões, sendo 1,8 mil quilômetros de duplicações de rodovias”, continuou o governador.
A transparência em todo o processo foi um dos diferenciais das concessões rodoviárias do Paraná, apontou o ministro dos Transportes, Renan Filho. “O paranaense pagava caro e não via as obras acontecerem. Havia um trauma quando o assunto era pedágio. Agora estamos demonstrando o contrário. Quando as coisas são feitas com transparência, é possível selecionar parceiros privados capazes de realizar grandes investimentos com o menor preço para o cidadão”, disse.
Segundo o ministro, os resultados dos leilões comprovam isso. “Até o último leilão, o desconto médio era de 45%, e neste lote chegamos a 52% em relação às tarifas pagas anteriormente. Isso é outro mundo, muito mais transparente, eficiente e justo”, concluiu o ministro.
O grande interesse de empresas pelas concessões paranaenses demonstra que o modelo construído pelo Estado foi vencedor. “O Paraná passou a ser uma grande referência nacional em modelagem de concessões, tanto que outras regiões do Brasil copiaram esse mesmo modelo que apresentamos ao País”, lembrou Ratinho Junior, sobre outros estados seguirem o exemplo paranaense em suas concessões.
Por fim, ele salientou que os bons resultados nos leilões são fruto da confiança do setor privado na gestão paranaense. “Vocês estão participando de um Estado que, nos últimos dois anos, cresceu acima de 6%. A empregabilidade do Paraná é a maior da nossa história, com mais de 80% da população adulta trabalhando com carteira assinada. Só o DER do Paraná tem cerca de R$ 7 bilhões em obras, tudo isso fruto de uma boa organização financeira, de um Estado que cresce e que não vai parar de crescer”, concluiu.
LEILÃO – O Consórcio Infraestrutura PR, do Grupo EPR, apresentou o maior desconto entre os participantes, de 21,30% sobre a tarifa básica de pedágio, fixada em R$ 0,1678 por quilômetro. Como o desconto ultrapassou os 18%, o edital também prevê que a concessionária faça um aporte de R$ 358,2 milhões, que poderá ser utilizado no futuro para novos investimentos.
O Lote 4 abrange 627,52 quilômetros de rodovias que cruzam as regiões Norte, Noroeste e Oeste do Paraná, conectando Cornélio Procópio a Guaíra e Maringá a Nova Londrina, com impacto direto em 33 municípios da região. A previsão é de que sejam investidos R$ 18 bilhões em obras de ampliação, melhorias, manutenção e conservação ao longo dos 30 anos de contrato.
*Com informações da AEN