- Atualizado há 6 dias
Alguma coisa precisará ser feita para que os trens de carga não cruzem mais Curitiba a partir de 2027, ano da renovação da concessão da malha viária à iniciativa privada por parte do Governo Federal. É o que garantiu, em entrevista nesta quarta-feira (9), o prefeito de Curitiba, Eduardo Pimentel. Segundo ele, a capital é a única em que esse tipo de situação acontece, o que prejudica a mobilidade urbana.
Para o prefeito, é necessário que alguma medida seja tomada com a nova concessão, até porque ela deverá ter um prazo de 35 anos. “Curitiba é o último centro urbano com uma malha viária que corta a cidade com tanta interferência. É uma concessão federal para uma empresa particular. Passa no meio da cidade”, destacou.
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Sobre as soluções, o prefeito afirmou que existem algumas que serão sugeridas ao Governo Federal. “Pode ser um contorno ferroviário ou a construção de trincheiras e viadutos. Não vou permitir que se renove por 35 anos sem nenhuma solução. Nosso relacionamento é bom com o Governo Federal e com a empresa Rumo e vou avisar a sociedade sempre sobre isso”, disse, durante anúncio de concurso público com 100 vagas para a Guarda Municipal de Curitiba.
Em Brasília, na última terça-feira (8), o prefeito se reuniu com Maryane Figueiredo, diretora de Projetos e Obras da Secretaria Nacional de Transportes Ferroviários (SNTF) do Ministério dos Transportes. “Eu quero que Curitiba seja ouvida sobre a nova concessão ou renovação da malha ferroviária que passa pelo Paraná, especificamente dentro da capital. Queremos participar das discussões sobre a possibilidade de um contorno ferroviário ou de trincheiras e viadutos, para que o transporte de carga que passa hoje pelos bairros pare de atrapalhar as ruas de Curitiba”, justificou o prefeito.
O ramal ferroviário de cargas atual passa por diversas áreas adensadas em bairros como Centro, Cabral, Alto da XV, Cristo Rei, Cajuru e Uberaba, causando transtornos ao trânsito, paralisando o tráfego dos ônibus do transporte público, além de gerar acidentes, inclusive com mortes, e produzir ruídos que incomodam os moradores.
Em Curitiba, há 37 quilômetros de trilhos que cortam os bairros das regiões Sul e Leste. São 45 passagens de nível instaladas para a circulação de pedestres e veículos, a maioria no Uberaba e no Cajuru.
A ligação férrea da capital com o mar foi construída pelos Irmãos Rebouças há mais de 100 anos, no período imperial.
As linhas férreas são uma concessão do governo federal. A Região Metropolitana de Curitiba faz parte da Malha Sul e quem explora é a Rumo Logística. A empresa está em negociação com o governo federal para renovação antecipada do direito até 2027.
Desde 2021, a Prefeitura de Curitiba, através do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc), e o Governo do Estado, por meio do Grupo de Trabalho do Plano Estadual Ferroviário e a Comec, discutem o assunto e estão atentos à negociação entre o governo federal e a Rumo.