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Na linha de frente no RS, bombeiro do PR destaca força dos gaúchos para voltar à rotina

Tenente Jean Carlos Ribeiro, cedido pelo Corpo de Bombeiros à Defesa Civil do Paraná, está desde o início das enchentes na linha de frente dos trabalhos no Rio Grande do Sul
Tenente Jean Carlos Ribeiro está longe da família, mas ajudando tantas outras que precisa neste momento tão complicado (Foto: Arquivo pessoal)
Tenente Jean Carlos Ribeiro, cedido pelo Corpo de Bombeiros à Defesa Civil do Paraná, está desde o início das enchentes na linha de frente dos trabalhos no Rio Grande do Sul

Luiz Henrique de Oliveira e Geovane Barreiro

03/06/24
às
7:10

- Atualizado há 7 meses

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Abdicando da proximidade da esposa e dos filhos, o tenente Jean Carlos Ribeiro, cedido pelo Corpo de Bombeiros à Defesa Civil do Paraná, está desde o início das enchentes na linha de frente dos trabalhos no Rio Grande do Sul. O oficial dos bombeiros foi um dos responsáveis pela logística na cidade de Santa Cruz do Sul, retornou ao Paraná, e agora está de novo em solo gaúcho, na capital Porto Alegre. Entre tudo o que já viu, destacou a resiliência dos afetados pelo desastre ambiental, que já retornaram às atividades normais mesmo ainda morando em abrigos.

Entre uma demanda e outra no Rio Grande do Sul como coordenador de logística, o tenente conversou com o Portal Nosso Dia. Ele contou como chama a atenção a resiliência dos moradores em abrigos, que retornaram às rotinas normais mesmo com tantas dificuldades.

“O que me impressiona é a quantidade de pessoas que estão conseguindo ter força de levar a vida, na rotina do dia a dia, ainda morando em abrigos. Elas estão fora dos seus lares, mas são profissionais que trabalham no comércio em geral e até na Segurança Pública. Elas perderam tudo, pessoas de várias classes sociais, que seguem executando as atividades. Os comércios, por exemplo, estão fechando às 19h, porque as pessoas precisam se deslocar para os abrigos. É uma rotina toda diferente. Isso é bastante impactante, de ver como o ser humano é resiliente e passa até mesmo pelo caos de cabeça erguida”, destacou.

Central de logística no Rio Grande do Sul

Os trabalhos do tenente começaram logo na primeira semana de enchente, no acompanhamento de um comboio com donativos do Paraná à cidade de Santa Cruz do Sul. A partir de então, foi muita mão da massa para ajudar na reconstrução das cidades gaúchas. “Nós temos experiência no recebimento de donativos e abertura de centros logísticos, que foi o que aconteceu em Santa Cruz do Sul. A gente precisou ir a campo e encontrar locais que atendessem as necessidades. Nós estivemos em algumas empresas, principalmente da área de fumo, e a gente foi abrindo ali os espaços. Era uma demanda bem grande, pois chegava de 15 a 20 carretas por dia. Muita doações e a ajuda de inúmeros voluntários para verificarem a validade dos produtos e tudo mais”, destacou.

Após o trabalho fundamental em Santa Cruz do Sul, a equipe foi designada para Porto Alegre, onde acontece um trabalho de triagem das doações, com ajuda fundamental de voluntários. “Aqui em Porto Alegre a central de logística já tem um fluxo, então quando cheguei fiquei destacado na questão da organização de uma forma geral, até porque a rotina já estava bem estabelecida, então o foco é atender nas demandas menores, diferente do que foi em Santa Cruz do Sul, onde não havia sequer um local preparado”, salientou,

Saudades da família

Ainda na entrevista, o tenente falou sobre a distância da esposa e dos filhos neste período no Rio Grande de do Sul, mas disse que neste momento o principal objetivo é ajudar à população gaúcha que tanto precisa.” Filhos são tudo de bom. É por eles que a gente sempre está buscando fazer as coisas. Sou casado com a Renata e tenho dois filhos; Augusto, de 12 anos, e João Emanuel, de 8. Quando você é designado para uma missão, a gente fica bastante tempo distante da família, mas nesse momento o que mais importa é a empatia e solidariedade em torno destas famílias que estão passando por um momento tão difícil. A gente faz isso para tentar garantir pelo menos um pouco de conforto e tranquilidade a essas pessoas. Nosso desejo é que esse momento passe rápido e que estas pessoas possam de forma tranquila voltar à normalidade”, enfatizou.

Tenente durante os trabalhos no Rio Grande do Sul (Foto: Arquivo Pessoal)

Por fim, o profissional comentou sobre o atual momento das doações e quais são as principais necessidades para os gaúchos. “As doações continuam chegando, de alimentos a kits de higienes. Neste momento da tragédia, por exemplo, começa uma fase de limpeza das áreas afetadas para que as pessoas retornem aos lares. Então, é natural que você faca uma adequação, solicitando, por exemplo, itens de limpeza. Essas adequações vão acontecendo de acordo com o momento”, concluiu.

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