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Universitários produzem documentário sobre preconceito enfrentado por mulheres na reciclagem

Projeto acompanha três mulheres e suas histórias de resistência dentro da reciclagem
Mulheres na reciclagem
Aparecida Pierrotti Moreira, presidente da Associação de Catadores de Materiais Recicláveis Unidos do Bairro (Acuba). Foto: Valentina Linhares
Projeto acompanha três mulheres e suas histórias de resistência dentro da reciclagem

Vitoria Santin

05/11/25
às
19:50

- Atualizado há 3 horas

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Um documentário que imerge na invisibilidade de mulheres que trabalham com reciclagem está sendo produzido por um grupo de estudantes dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR). A ideia do projeto é denunciar o preconceito sofrido por essas mulheres e, consequentemente, conscientizar a sociedade, além de trazer, em segundo plano, um alerta para as dificuldades de reciclar em Curitiba.

“Se eles soubessem o quanto a gente rala, o quanto a gente sua. Dia após dia, eles não brincavam com o nosso trabalho” desabafa a recicladora Maria Madalena dos Reis, em trecho retirado do documentário.

Sob o título Invisíveis Margaridas, o documentário acompanha e traz o relato de quatro mulheres que trabalham na Associação de Catadores de Materiais Recicláveis Unidos do Bairro (Acuba) na Cidade Industrial de Curitiba. Majoritariamente mulheres — muitas delas, inclusive, chefes de família —, enfrentam jornadas longas, condições difíceis e baixa remuneração. Essas trabalhadoras compartilham suas realidades e os estigmas que vivenciam por desenvolverem a rotina da catação de recicláveis.

Maria Madalena dos Reis vive de reciclagem. Foto: Divulgação

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“O que para os outros é lixo, pra nós é luxo. O que pra eles não serve, serve para nós. Daqui nós tiramos todo dia nosso sustento, a nossa comida, nós colocamos cada dia sustentando a casa, sustentando a família” afirma Iva Aparecida Pierrotti Moreira, recicladora presidente da Acuba, também em trecho retirado do documentário Invisíveis Margaridas.

Reciclagem

O barracão conta com apoio da ONG Solidárias Festinhas, que promove atendimento a famílias em vulnerabilidade e realiza eventos solidários. A organização, no decorrer da sua história, atua na transformação da vida de muitas famílias que passaram pelo projeto, que iniciou em 2019.

“Eu acredito que esse trabalho de vocês vai trazer voz e visibilidade para elas. Uma profissão tão importante, é uma profissão que tem muito preconceito, são pessoas que não são vistas pela sociedade, elas fazem um processo de muita importância, que é a separação do lixo. Essas mulheres, mães, vós, precisam ter voz, precisam ser conhecidas”, diz Fernanda Pires de Oliveira, presidente da ONG Solidárias Festinhas, parceira do projeto Invisíveis Margaridas.

O grupo de estudantes conheceu o barracão por meio de uma reportagem veiculada dentro do jornal da universidade. Após ler as dificuldades enfrentadas diariamente no cotidiano delas, resolveu criar dentro de uma disciplina um projeto que promovesse o bem-estar e dignidade para as mulheres que trabalham com reciclagem. 

“Desenvolver um projeto como esse, sobre um tema tão relevante, que é a reciclagem e, principalmente, o protagonismo feminino dentro desse trabalho é muito importante. Entender uma realidade que é diferente da nossa, conhecer uma realidade que é muito presente e que por muitas vezes passa despercebido”, explica Nicole Duarte Gomes, estudante de jornalismo e integrante do grupo.

Onde ver?

Um evento de pré-estreia reuniu duas associações de reciclagem: a Acuba e a Associação Terra Santa do Tatuquara. Além da exibição do documentário, o evento promoveu uma roda de conversa sobre a vivência dessas mulheres e a importância de sua atuação para a cidade.

A estreia oficial acontece no dia 6 de novembro, no auditório Gregor Mendel na PUCPR. A exibição é aberta ao público e é realizada em parceria com a revista Capaz! (@revista_capaz), sobre a identidade curitibana desenvolvida para o Projeto Experimental Inovador em Jornalismo da PUCPR.

Cuidado

Durante a produção do documentário Invisíveis Margaridas, os universitários notaram que as mulheres não tinham Equipamento de Proteção Individual (EPI) adequado para a realização de seu trabalho diário, já que fazem o recolhimento constante de objetos cortantes. Eles, então, viabilizaram parcerias para promover a proteção e cuidado com as mulheres, para além da disciplina.

reciclagem
Luvas doadas ela Super Safety. Foto: Divulgação

Ao conhecer a história e a rotina dessas mulheres, a empresa Super Safety EPIs se prontificou a ajudar e doou 160 pares de luvas. As duas associações foram beneficiadas com as doações e as entregas serão realizadas no próximo sábado (8), reforçando a importância da utilização dos equipamentos.

Além disso, a equipe conseguiu apoio de várias áreas da sociedade: a deputada estadual Ana Júlia, a empresa Sanepar, Associação e Oficinas de Caridade Santa Rita de Cassia, Angel Bake Shop, Top Mix Salgaderia, MRA Pegue e Monte, e De Paula Embalagens.

Acompanhe o projeto pelas redes sociais @ongsolidarias.festinhas e @inv.margaridas.

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