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O Ministério Público do Paraná (MPPR) entrou com uma ação civil pública contra um escritório de advocacia, um advogado e dois colaboradores por suspeita de fraude em Toledo, no Oeste do estado. O grupo é acusado de usar nomes de pessoas idosas para abrir mais de mil ações judiciais com o objetivo de obter ganhos indevidos.
De acordo com o MP, entre 2019 e 2023, foram ajuizadas 1.184 ações em nome de 186 idosos — em um dos casos, apenas uma pessoa teve 35 processos abertos contra bancos em menos de um ano. Muitos desses processos buscavam o ressarcimento de juros supostamente abusivos em cartões de crédito e empréstimos.
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Segundo as investigações, representantes do escritório visitavam idosos em casa e os convenciam a assinar procurações, prometendo ajudar a recuperar valores. Em troca, o escritório ficaria com 30% do que fosse ganho nas ações. No entanto, em muitos casos, as vítimas nunca receberam nada e ainda tiveram prejuízos.
O MPPR aponta que pelo menos 25 idosos tiveram bloqueios em contas bancárias para o pagamento de custas, honorários e multas por má-fé processual. Alguns perderam dinheiro em razão das condenações.
Na ação, o Ministério Público pede que os acusados sejam condenados por causar prejuízos aos idosos, apropriação indevida de valores e falta de transparência. O órgão também solicita o bloqueio de até R$ 2 milhões em bens e o pagamento de indenização mínima de R$ 5 mil a cada vítima.
As investigações começaram em 2021, após o depoimento de uma idosa que descobriu ter 23 ações abertas em seu nome sem saber do conteúdo real dos processos. A partir desse caso, o MP identificou o esquema e reuniu provas que embasaram a ação judicial.