- Atualizado há 2 anos
O Ministério Público do Paraná (MP-PR) apresentou denúncia criminal, nesta quarta-feira (8), contra a secretária municipal de Educação de Guaratuba, Fernanda Estela Monteiro, e outras quatro pessoas, pela morte da DJ Laurize Oliveira e Ferreira, de 43 anos, durante a Parada da Diversidade, em Curitiba, em novembro do ano passado. A denúncia é por homicídio com duas qualificadoras: motivo torpe e perigo comum.
Também foram denunciados pelo MPPR Luis Alexandre Barbosa, que trabalha no gabinete do deputado estadual Nelson Justus, Sidnei José dos Santos, Makaiver Sabadin de Lara e Edson Artur Borrin, que não tinha sido denunciado pela Polícia Civil. Barbosa, Santos e Lara ainda foram denunciados por fraude processual, pois teriam retirado objetos do local da ocorrência.
Sobre as qualificadoras, conforme o promotor João Milton Salles, o motivo torpe se dá porque, na avaliação dele, o uso de um trio elétrico acima do determinado se deu por ganância, ‘de forma a potencializar os lucros’. Com relação ao perigo comum, ele se dá por outras pessoas terem sido colocadas em risco durante a o evento que levou a morte da dj.
Fernanda é a sócia administradora da empresa de evento responsável pelo trio elétrico Águia, que chocou-se contra o fio de luz e a DJ acabou caindo e morrendo. Conforme a delegada Camila Cecconello, responsável pelo caso, a empresa sabia dos riscos e mentiu a altura do caminhão para conseguir um alvará para funcionar no dia do evento.
“O trio elétrico pediu Autorização Especial de Trânsito (AET) ao Departamento de Estradas de Rodagens (DER-PR) para trafegar no dia do evento, porém o documento dizia que tinha uma altura de 4,95 m, quando na verdade era de 5,40 m. Houve essa mudança na altura para conseguir a liberação, informando o número errado e conseguindo a licença, mas com base em dados falsos”, afirmou a delegada.
O outro indiciado é Luiz Alexandre Barbosa, que trabalhava no dia do acidente como coordenador do trio elétrico e, por isso, foi também responsabilizado no caso. Além deles, mais um coordenador do trio elétrico, Sidnei José Dos Santos, e o motorista do caminhão, Makaiver Sabadin de Lara, foram indiciados.
Ainda conforme as investigações, além de mentir para conseguir o AET, a empresa também não oficializou à Copel um pedido para transitar pelas ruas de Curitiba, já que o caminhão tinha 5m40. A empresa, na verdade, contratou pessoas para erguer os fios e evitar que o veículo enroscasse.
O quinto indiciado pelo MPPR, Edson Artur Borrin, assinou contrato de prestação de serviço para fornecimento dos Trios Elétricos Águia e Avatar para a Parada da Diversidade. Só que terceirou o serviço à empresa de Fernanda, de quem seria parente, que em seguida terceirizou a coordenação para Barbosa.
O espaço está aberto para as defesas dos denunciados caso queiram se manifestar.