Para receber as principais informações do dia pelo WhatsApp entre no grupo do Portal Nosso Dia clicando aqui.

PUBLICIDADE

Um motoboy foi preso em flagrante acusado de injuria racial contra um segurança do Shopping Palladium, em Curitiba, na noite desta quarta-feira (29). Em depoimento na Central de Flagrantes, o detido alegou que em nenhum momento foi racista e que apanhou dos funcionários do estabelecimento. O rapaz permanece preso e colegas de trabalho preparam uma manifestação para esta quinta-feira, alegando a inocência dele e pedindo por Justiça. A Polícia Militar, Guarda Municipal e Setran acompanharão o protesto.

Segundo o Boletim de Ocorrência (BO) feito pelos seguranças junto à Polícia Militar (PM), o motoboy, ao criticar a atuação de um funcionário, que pediu que um entregador deixasse um setor do shopping e aguardasse nas docas, o chamou de vagabundo. Depois, na presença do supervisor da segurança, teria chamado o primeiro envolvido de 'macaco' e 'preto assalariado'.

Por sua vez, em depoimento que o Portal Nosso Dia teve acesso, o motoboy negou as informações e disse que foi xingado pelo segurança, tendo em seguida respondido, mas sem ser racista.

PUBLICIDADE

"Não foi isso que ocorreu. Quando cheguei coletar um pedido tinha um entregador de bicicleta, que estava parado esperando um novo pedido na tela. Esse segurança chegou falando: 'O que você está parado aqui'. Eu questionei ele, porque não podia ficar ali, já que não tinha nenhuma placa proibindo. Nisso ele falou, eu quem mando e faço as regras. Falei que está errado e o segurança começou a me xingar de 'merda' e eu falei que ele era folgado. Apenas isso, não chamei de macaco, nem de preto e nem de nada", afirmou.

No depoimento, o motoboy ainda destacou que foi agredido pelos seguranças. Um vídeo que viralizou nestas últimas horas, após o caso ter intensa repercussão no aplicativo WhatsApp, mostra o momento da abordagem dos seguranças, em que o motoboy leva pelo menos um chute. (Assista abaixo)

"Em nenhum momento eu agredi ou fui racista. Tem duas testemunhas que gravaram vídeos e não fui racista em nenhum momento. Agora estou sendo acusado, sendo que eu vim registrar o Boletim de Ocorrência pela agressão. Se for procurar as imagens, vão ver que fui agredido. Não pratiquei a injúria racial em nenhum momento", garantiu.

O Portal Nosso Dia apurou junto a Polícia Civil que o motoboy está preso por injuria racial e vias de fato, sendo o primeiro inafiançável. Ele foi transferido para a Cadeia Pública de Curitiba e deverá passar por audiência de custodia nos próximos dias. Também questionado, o Shopping Palladium lamentou a confusão e disse que ela aconteceu porque o rapaz preso tirou conclusões precipitadas, ao não entender o que tinha acontecido. (Confira a nota abaixo)

PUBLICIDADE

Motoboys farão manifestação em defesa do colega

Colegas de profissão do motoboy preso organizam, para a noite desta quinta-feira, uma manifestação em frente ao Palladium contra os seguranças do shopping. Eles prometem fazer um movimento pacífico. "É importante a manifestação para mostrar a força da classe, sem agressão e mostrando o que está errado. Sei que não é fácil, mas é preciso manter a cabeça fria", destacou.

Os motoboys também alegam uma recorrente falta de respeito por parte dos seguranças do shopping contra a categoria. "Isso não foi a primeira vez, mas vamos mostrar que será a última. Eles nos tratam com desrespeito o tempo todo. Isso não pode acontecer", afirmou um dos organizadores do movimento.

Nota Palladium

O Palladium lamenta fatos que envolvam desentendimentos de qualquer natureza. Explica que todos os profissionais que trabalham com entregas são orientados a fazer a retirada dos materiais nas docas, local exclusivo para essa finalidade. Isso ajuda na organização e na agilidade do atendimento. No caso em específico de ontem, um profissional que fazia entrega teve problemas em sua bicicleta. A equipe de segurança o orientou para que, quando o problema fosse sanado, o mesmo pudesse seguir o procedimento para o atendimento. Neste intervalo de tempo, um outro profissional da entrega, acabou por não entender o que estava ocorrendo, tirando conclusões precipitadas sobre as orientações e se exaltou, sendo necessária a intervenção da segurança e o acionamento da polícia.