- Atualizado há 2 dias
O Morro do Escalvado, em Matinhos, voltará a ser uma das principais atrações ecoturísticas do litoral paranaense. A retomada do espaço para visitação foi confirmada após um acordo inédito entre o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra/PR) para a regularização fundiária da área, que integra o Parque Nacional de Saint-Hilaire/Lange.
Com a definição do domínio das terras, a administração do parque poderá instalar sede, centro de recepção, mirantes, requalificar trilhas e até avaliar a construção de um novo teleférico, por meio de licitação para a concessão desses serviços. Essas intervenções são consideradas essenciais para ampliar o acesso da população ao parque e garantir um turismo estruturado, seguro e sustentável.
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A conquista foi encaminhada em reunião realizada na quinta-feira (18), em Curitiba, entre representantes do Núcleo de Gestão Integrada do ICMBio Matinhos, da Superintendência Regional do Incra/PR e da Universidade Federal do Paraná (UFPR).
Segundo o chefe do NGI ICMBio Matinhos, Márcio Ricardo Ferla, a iniciativa marca um passo importante para a implementação de um procedimento já normatizado, mas até então inédito no Paraná. “Começaremos pelo Morro do Escalvado, que será a área prioritária do parque para a regularização fundiária. Posteriormente, avançaremos para as demais áreas da Unidade de Conservação”, explicou.
O superintendente do Incra/PR, Nilton Bezerra Guedes, reforçou o compromisso do órgão com o projeto. Ele destacou que a parceria prevê a arrecadação de cerca de 5 mil hectares de áreas devolutas dentro do Parque Nacional Saint-Hilaire/Lange, que possui ao todo 24 mil hectares e abrange os municípios de Matinhos, Guaratuba, Morretes e Paranaguá.
O Morro do Escalvado, também conhecido como Morro da Cruz, Morro das Margaridas ou Morro do Teleférico, tem acesso por uma área urbanizada próxima à Prefeitura de Matinhos, entre as rodovias PR-412 e PR-508. O local já abrigou um teleférico desativado em meados da década de 1990.
A trilha de cerca de 800 metros, hoje sem estrutura adequada, torna a subida de 30 a 40 minutos até o topo do morro, a 224 metros de altitude, um percurso de nível médio, com risco de escorregões e quedas. Parte da estrutura do antigo teleférico ainda permanece no trajeto e no cume, mas recomenda-se não subir na estrutura metálica para evitar acidentes.
Criado em 23 de maio de 2001 pela Lei nº 10.227, o Parque Nacional de Saint-Hilaire/Lange foi a primeira Unidade de Conservação do país instituída por lei. Localizado no litoral do Paraná, a 100 km de Curitiba e a 40 km do porto de Paranaguá, o parque abrange áreas de quatro municípios e protege ecossistemas de grande relevância ambiental.
O nome homenageia o naturalista francês Auguste de Saint-Hilaire, que percorreu parte do Brasil na década de 1820, e o ambientalista paranaense Roberto Ribas Lange, morto em 1993.