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Morretes e Governo Federal estudam construir trincheiras ou viadutos para resolver cruzamentos com trens

Bairros como Rocio, Vila Ferroviária, Pantanal, Marumbi e América de Cima ficam completamente isolados por mais de uma hora quando o trem passa.
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Morretes terá como alternativa a construção de trincheiras e/ou viadutos Foto: Divulgação
Bairros como Rocio, Vila Ferroviária, Pantanal, Marumbi e América de Cima ficam completamente isolados por mais de uma hora quando o trem passa.

Redação Nosso Dia

24/10/25
às
15:06

- Atualizado há 20 segundos

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O município de Morretes, no Litoral do Estado, e o Governo Federal estudam a construção de trincheiras e/ou viadutos para resolver o conflito que é a passagem de trem por cruzamentos na cidade. O prefeito Junior Brindarolli, vereadores do município e o deputado federal Aliel Machado participaram de uma reunião em Brasília, na última semana, na Secretaria Nacional de Transportes Ferroviários, do Ministério dos Transportes, com o secretário nacional Leonardo Ribeiro e técnicos da pasta.

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A conversa teve um ponto central: o conflito urbano causado pela passagem do trem pela cidade de Morretes, que isola bairros inteiros por horas, causa transtornos no trânsito e coloca em risco a segurança dos moradores.

Hoje, Morretes tem três passagens que cruzam a cidade, duas no bairro Rocio e uma na Vila Ferroviária, pontos onde os conflitos entre o trem, o trânsito e os pedestres são constantes.

Alternativa

No encontro, o Governo Federal apresentou uma alternativa inédita para resolver o conflito, entre elas, a construção de uma trincheira (passagem por baixo da ferrovia) ou um viaduto (passagem por cima). As soluções estudadas podem colocar Morretes como modelo nacional na forma de equilibrar transporte de cargas, turismo e segurança urbana.

Bairros como Rocio, Vila Ferroviária, Pantanal, Marumbi e América de Cima ficam completamente isolados quando o trem passa. O bloqueio pode durar mais de uma hora, travando o trânsito e a logística da cidade.

Prefeito e vereadores de Morretes, ao lado do deputado federal Aliel em encontro em Brasília. Foto: Divulgação

Defensor da pauta, o deputado federal Aliel Machado destacou que o trem é essencial para o escoamento da safra que segue ao Porto de Paranaguá e também movimenta o turismo regional, mas o traçado atual causa sérios impactos à vida das pessoas por não ter uma rota alternativa.

“Temos um patrimônio ferroviário importante, mas ele não pode continuar sendo um obstáculo para quem vive em Morretes. Há um ano e meio estamos cobrando essa solução do Governo Federal, e hoje tivemos uma resposta concreta. A cidade não pode continuar refém da passagem do trem, por isso entrei nessa luta”, afirmou Aliel.

O deputado explicou que o projeto está estimado em aproximadamente R$ 25 milhões, e que as possibilidades de execução incluem recursos federais, indenizações contratuais da empresa Rumo (que terá seu contrato encerrado em 2027) ou parcerias com o setor privado.

Avanço

O prefeito de Morretes Junior Brindarolli destacou que o encontro representa um avanço importante para a cidade. “Estamos tratando de um assunto que Morretes espera há muitos anos. Já tivemos acidentes graves, inclusive com mortes, amplamente divulgados pela imprensa estadual. É um transtorno diário para os moradores, e uma dívida antiga que tanto a União quanto a empresa Rumo têm com o município. Essa obra é cara, mas necessária. A população espera há muito tempo, por isso viemos a Brasília neste mês, para acelerar as coisas e agora voltamos com essa notícia que nos deixou muito felizes”, afirmou o prefeito.

Brindarolli ressaltou que mudar o trajeto da ferrovia não é uma opção, pois a cidade depende do trem turístico, que desembarca na região central e atrai cerca de 250 mil visitantes por ano. “Recebemos turistas de várias partes do Brasil e do mundo, e isso gera emprego e renda. Além disso, mudar a rota impactaria diretamente a área de Mata Atlântica, que é uma das riquezas ambientais da nossa região. Por isso, acolhemos com alegria a notícia de que é possível buscar alternativas como o viaduto ou a trincheira.”

Prefeito de Morretes Junior Brindarolli. Foto: Divulgação

Governo Federal

O secretário nacional de Transporte Ferroviário, Leonardo Ribeiro, disse que o Governo Federal está empenhado em resolver o problema. “A ferrovia que corta Morretes é estratégica tanto para o transporte de cargas para os portos do Paraná quanto para o turismo. Nosso objetivo é garantir a convivência entre esses dois usos, mas com segurança e qualidade de vida para a população. A primeira alternativa é
uma passagem inferior, mas também estamos estudando a possibilidade de uma passagem superior”, explicou o secretário.

Ele destacou ainda que o Governo Federal está trabalhando em um modelo inovador de investimento cruzado, que permitirá usar recursos da repactuação da malha ferroviária paulista da empresa Rumo em obras estruturantes em outras regiões do país.

“Criamos a primeira conta vinculada do setor ferroviário, que pode permitir o uso desses recursos em soluções logísticas em outros estados. Morretes pode ser o primeiro caso do Brasil a receber esse tipo de investimento, o que reforça a importância do município como exemplo nacional”, completou Ribeiro.

Morretes e Governo Federal estudam alternativas
Alternativa é a construção de trincheiras e/ou viadutos. Foto: Divulgação

E agora?

O próximo passo será uma reunião técnica de alinhamento entre as secretarias do Ministério dos Transportes, incluindo o DNIT, a ANTT e a Secretaria Nacional de Transporte Ferroviário, para definir o formato e detalhes da obra.

Na sequência, haverá uma reunião com a empresa Rumo Logística, e, por fim, o projeto seguirá para análise e validação do Ministro dos Transportes, Renan Filho.

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