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O senador Sergio Moro (União Brasil-PR) e o deputado federal cassado Deltan Dallagnol (Podemos-PR) reagiram, por meio das redes sociais, ao afastamento do juiz Eduardo Fernando Appio do posto de titular da 13ª Vara Federal de Curitiba. A retirada do magistrado da cadeira antes ocupada por Moro ocorre por decisão do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), após uma representação do desembargador Marcelo Malucelli.
De acordo com a decisão da Corte Especial Administrativa, Appio, que é responsável por processos da Lava Jato, foi afastado imediatamente e tem 15 dias para apresentar sua defesa. O juiz foi afastado em decorrência de supostas ameaças feitas ao filho de Marcelo Malucelli durante uma ligação telefônica, o João Eduardo Barreto Malucelli, que é sócio do senador Sergio Moro.
Appio teria usado o nome "Fernando Gonçalves Pinheiro" e se identificado como servidor da área da saúde da Justiça Federal. O TRF-4 apontou também que ele teria mencionado uma consulta à base de dados do imposto de renda de Marcelo Malucelli e, em seguida, se dirigido ao filho dele, "fazendo também menção a informações que não eram corretas e se contradiziam", conforme consta no relatório do tribunal.
Por meio do Twitter, Moro criticou a conduta do juiz e citou que ele fez "ameaças veladas" contra o filho do desembargador. "Nunca tinha ouvido falar, na história judiciária brasileira, de um caso no qual o juiz de um processo teria ligado ao filho de um desembargador, que revisava suas sentenças, fingindo ser uma terceira pessoa para colher dados pessoais e fazer ameaças veladas. Realmente…", escreveu o senador, que também retuitou páginas do relatório do TRF-4 sobre a decisão de afastamento.
O deputado federal cassado Deltan Dallagnol se referiu a Appio como "juiz militante" ao citar a sigla "LUL22", que foi usada pelo magistrado no acesso aos sistemas da Justiça Federal do Paraná.
Durante entrevista ao GloboNews nesta segunda-feira (22) — pouco antes do afastamento —, Appio mudou sua versão sobre a sigla usada por ele no login e afirmou que "LUL22" significava um protesto contra a prisão de Lula por considerá-la injusta. “Acho que o atual presidente Lula é uma figura histórica, muito importante para o País. Erros e acertos vão ser julgados pela Justiça. O juiz fala nos autos. Eu falo no processo”, disse Appio, na entrevista.
