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Morador de cobertura que cortou corda de trabalhador no Água Verde morre após passar mal na cadeia

Em nota encaminhada ao Portal Nosso Dia, a defesa de Raul Pellegrini, de 41 anos, afirmou que alertou sobre os riscos disso acontecer, por conta do atual estado psquiátrico dele
Raul Pelegrin, anos - Foto: reprodução redes sociais
Em nota encaminhada ao Portal Nosso Dia, a defesa de Raul Pellegrini, de 41 anos, afirmou que alertou sobre os riscos disso acontecer, por conta do atual estado psquiátrico dele

Redação Nosso Dia

05/04/24
às
16:18

- Atualizado há 1 ano

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O morador da cobertura de um prédio no bairro Água Verde, em Curitiba, que cortou a corda de um trabalhador que fazia a limpeza da fachada, morreu na madrugada desta sexta-feira (5) no Hospital Angelina Caron, em Campina Grande do Sul, onde estava internado desde o dia 3, após passar mal na Casa de Custódia de Piraquara. Ele estava detido por meio de uma prisão preventiva e teve problemas respiratórios, sendo encaminhado à casa hospitalar.

Em nota encaminhada ao Portal Nosso Dia, a defesa de Raul Pellegrini, de 41 anos, afirmou que alertou sobre os riscos disso acontecer, por conta do atual estado psiquiátrico dele e problemas de saúde. Os advogados queriam a transferência dele para uma clínica particular.

Raul Pelegrin, 41anos, durante depoimento à Polícia Civil – Foto: reprodução

O Portal Nosso Dia entrou em contato com a Polícia Penal, que confirmou a morte de Pellegrini (Confira o posicionamento no decorrer da matéria a nota completa) . Conforme a defesa de Pellegrini, havia o pedido para que ele fosse internado compulsoriamente em uma clínica particular e apta para o tratamento dessa doença. No julgamento foi dito pelo relator que a manutenção da prisão possibilitaria uma desintoxicação de Raul.

Enquanto esses desdobramentos legais aconteciam, foi informado pela defesa, no pedido de Liberdade Provisória perante o Juízo da Vara do Tribunal do Júri, que Raul estava em risco iminente de morte e precisava ser transferido urgentemente para uma clínica particular. Os advogados, imediatamente após o atendimento ao cliente no parlatório, estiveram em reunião com o diretor da Cadeia de Custódia de Piraquara, informando a gravidade da situação“, diz a nota, assinada por advogados como Adriano Bretas.

No documento, os advogados criticaram a decisão do Ministério Público em se manifestar contrário ao pedido de internamento. “Uma demonstração clara de insensibilidade. No entanto, hoje, dia 5 de abril de 2024, o pedido da defesa para que o caso fosse corretamente tratado não com prisão, mas, sim, como um caso de doença que necessita de tratamento, perdeu seu efeito. Raul veio a falecer. Os fatos falam por si. Uma pessoa que era acusada de um crime tentado, teve na falta de sensibilidade a sua sentença de morte”, concluiu a nota.

A Polícia Penal encaminhou a seguinte nota sobre a morte de Pellegrini:

A Polícia Penal do Paraná (PPPR) informa que Raul Ferreira Pelegrin, que estava custodiado desde 27/03 na Casa de Custódia de Piraquara (CCP), localizada na região metropolitana de Curitiba, foi internado no Hospital Angelina Caron em 03/04, apresentando dificuldades respiratórias. Na data de hoje (05/04), por volta da 01h30min, a unidade penal foi informada do óbito no ambiente hospitalar. A PPPR iniciou diligências administrativas quanto ao caso

O caso

O morador de uma cobertura na Av. Silva Jardim, no bairro Água Verde, em Curitiba, estava irritado com o serviço de limpeza da fachada do prédio. Esse teria sido o motivo para ele cortar a corda de um trabalhador, que estava limpando o 6° andar, a 18 metros de altura do chão.

Segundo o Ministério Público do Paraná (MPPR), a vítima só não sofreu uma queda, que poderia ser fatal, porque um dispositivo de segurança o salvou. O autor da tentativa de homicídio foi preso em flagrante após o crime e acabou morendo nesta sexta-feira.

Estava de saco cheio

Conforme o BO, divulgado pela RPC TV, o morador da cobertura, no 27° andar, havia ameaçado os funcionários que faziam a limpeza. Uma testemunha afirmou que o homem deu 10 minutos para eles sumirem, porque estava de ‘saco cheio’.

ogo após o corte da corda, os policiais foram acionados e precisaram arrombar a porta do apartamento da cobertura, onde o suspeito foi reconhecido pela vítima. Uma faca e um pedaço de corda cortada foram apreendidos.

Em depoimento, o suspeito alegou desconhecer o motivo de ter sido levado à delegacia e negou o crime. A defesa dele pediu um Habeas Corpus (HC), alegando que ele é dependente químico e afirmando que seria levado a uma clínica de tratamento. Entretanto, a Justiça negou o pedido.

Confira a integra da nota encaminhada pela defesa de Raul Pellegrini:

A defesa técnica de Raul Pelegrini vem a público informar seu falecimento, ocorrido na madruga de hoje, dia 5 de abril de 2024. A defesa informou desde sua prisão, em 14 de março de 2024, que Raul enfrentava problemas de dependência química, doença que o acometia já há alguns anos, tendo inclusive já sido internado compulsoriamente. Os advogados de Raul solicitaram a sua liberdade provisória no intuito de possibilitar sua internação em uma clínica particular para tratamento especializado.
O pedido foi apresentado em 16 de março de 2024, porém foi infelizmente negado. Subsequentemente, foi impetrado um Habeas Corpus perante o Tribunal de Justiça do Paraná (autos 0024743-19.2024.8.16.0000), cuja liminar também foi negada em 21 de março de 2024.

Após o oferecimento da denúncia, foi requerida a revogação da prisão preventiva em 27 de março de 2024, perante o Juízo Criminal, mas a decisão ainda estava pendente de apreciação. Paralelamente, o Tribunal de Justiça do Paraná julgou no dia de ontem o mérito do Habeas Corpus, o qual foi negado, pelo que sequer foi autorizado que Raul saísse da prisão e fosse internado compulsoriamente em clínica particular e apta para o tratamento dessa doença. No julgamento foi dito pelo relator que a manutenção da prisão possibilitaria uma desintoxicação de Raul.

Enquanto esses desdobramentos legais aconteciam, foi informado pela defesa, no pedido de Liberdade Provisória perante o Juízo da Vara do Tribunal do Júri, que Raul estava em risco iminente de morte e precisava ser transferido urgentemente para uma clínica particular. Os advogados, imediatamente após o atendimento ao cliente no parlatório, estiveram em reunião com o diretor da Cadeia de Custódia de Piraquara, informando a gravidade da situação. Além disso, eles também informaram o caso ao gabinete do Juízo e entraram em contato com o Ministério Público para solicitar urgência na manifestação da Promotoria.

O Ministério Público, mais uma vez, mesmo diante da gravidade dos fatos, manifestou-se contrário ao pedido, em uma demonstração clara de insensibilidade, alegando que “pode-se afirmar com segurança que seus advogados não possuem o conhecimento técnico oriundo da Medicina para saber que o atendimento necessário é a internação em clínica psiquiátrica.”
No entanto, hoje, dia 5 de abril de 2024, o pedido da defesa para que o caso fosse corretamente tratado não com prisão, mas, sim, como um caso de doença que necessita de tratamento, perdeu seu efeito. Raul veio a falecer. Os fatos falam por si. Uma pessoa que era acusada de um crime tentado, teve na falta de sensibilidade a sua sentença de morte.

É o que diz a nota.
Adriano Bretas
Giovanni Moro
Beno Brandão
Alessi Brandão
Khalil Aquim

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