- Atualizado há 1 dia
A pesquisadora brasileira Amanda Borges, de 30 anos, encontrada morta na última quinta-feira, 1° de maio, no Japão, tinha concluído recentemente o mestrado em Letras e Linguística, pela Universidade Federal de Goiás (UFG), e dizia ser fã de automobilismo.
À reportagem, uma familiar a descreveu como uma mulher estudiosa e caridosa, que realizava ações de entregar comida para moradores de rua. Nascida em Caldazinha, em Goiás, a pesquisadora brasileira informou em uma rede social que cursou Letras na UFG entre 2015 e 2019.
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Neste período, fez estágio na Secretaria de Educação do Estado goiano, ministrando aulas em escolas da rede pública, conforme consta em seu currículo. Após a graduação, trabalhou como vendedora até 2023, quando entrou no mestrado.
Na plataforma Lattes, que reúne currículos acadêmicos, Amanda dizia ter experiência na área de Ciência da Informação, com ênfase em Biblioteconomia, e que já tinha atuado como professora de Língua Portuguesa e trabalhado com marketing e comunicação.
“(Amanda era) Uma moça meiga, caridosa e de um coração grandioso”, informou um familiar ao Estadão, que preferiu o anonimato. “Ela realizava ações de dar lanches para moradores de rua. Foi criada no interior de Goiás e era muito estudiosa. Fez a graduação e o mestrado em uma faculdade pública”, disse a parente.
Nas redes, Amanda também dizia ser fã de automobilismo. Nos últimos meses, ela estava a passeio pela Ásia e, enquanto esteve no Japão em abril, pôde acompanhar de perto o Grande Prêmio de Suzuka, de Fórmula 1, realizado no dia 6.
Nas plataformas digitais, onde soma mais de 12 mil seguidores, costumava postar fotos demonstrando o interesse pela principal modalidade do automobilismo, com registros no Autódromo de Interlagos, em São Paulo, onde esteve em 2024, e também vestindo acessórios das escuderias.
Em uma postagem, ela se gravou trocando o boné da Mercedes, que estava usando, por um da Ferrari, dizendo “estar fechada com Lewis Hamilton” na legenda – o piloto britânico mudou da equipe alemã para a escuderia italiana nesta temporada.
Além da Fórmula 1, Amanda também postava fotos no Autódromo Internacional Ayrton Senna, em Goiânia, que também sedia corridas da Stock Car, uma importante modalidade do automobilismo Nacional.
Entre outros interesses, dizia se sentir em casa no Rio de Janeiro e admirava o cantor norte-americano Post Malone.
Amanda foi encontrada dentro de um apartamento localizado nos arredores do Aeroporto Internacional de Narita, em Tóquio, na noite da última quinta.
Um amigo da vítima, que não quis se identificar, relatou ao Estadão que ela foi encontrada com marcas de queimaduras pelo corpo e que o crime teria acontecido momentos antes de Amanda pegar um avião de volta ao Brasil.
A polícia japonesa prendeu neste sábado, 3, um homem suspeito de ser responsável pelo incêndio que matou a pesquisadora brasileira. De acordo com informações da NHK, mídia estatal do Japão, o suspeito se chama Abaseriya Patabadige Pathum Udayanga. Ele tem 31 anos, é do Sri Lanka e está desempregado.
Ainda segundo a NHK, ele morava no apartamento de dois andares no bairro de Hon-Sarizuka. O suspeito foi interrogado e admitiu as acusações, dizendo que, no desespero, não conseguiu apagar as chamas e saiu do imóvel, com Amanda ainda no local. A polícia japonesa ainda investiga as circunstâncias do ocorrido e qual a relação deste homem com a brasileira.
A família de Amanda Borges realiza uma vaquinha para pagar o traslado do corpo da brasileira. O custo, segundo os parentes informam, gira em torno de R$ 55 mil.
“Estamos organizando uma vaquinha solidária para o translado do corpo da Amanda Borges, que faleceu no Japão”, diz o comunicado. “Sua contribuição é fundamental para que a família possa se despedir dignamente”.