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A pesca esportiva no litoral do Paraná ganhou um capítulo especial com a captura e soltura de um Marlin Azul de cerca de 250 quilos e 2,5 metros, registrada, no último domingo (30), por uma equipe que navegou aproximadamente 200 quilômetros mar adentro para alcançar a profundidade ideal. A façanha, incomum na região, exigiu preparação minuciosa e anos de planejamento. “Isso não aconteceu do nada”, diz Pedro Pizzato, integrante da equipe responsável pelo feito. “A pesca do Marlin Azul, conhecido como “Rei do Mar”, é famosa no mundo inteiro, e aqui no Paraná é extremamente difícil pela profundidade necessária e pelas condições do mar.”
Antes mesmo da fisgada do Marlin Azul, a operação já exigia precisão. O barco foi preparado com manutenção completa, revisão elétrica e mecânica, reforço de autonomia com diesel extra, iscas selecionadas e estudo detalhado da previsão do tempo. Pedro explica que nada é improvisado. “As pessoas acham que a pescaria acontece por sorte, mas envolve barco, marina, mecânico, curador, elétrico, equipamento certo. A gente vem se preparando há anos para essa aventura.”
A equipe formada por três pescadores e o comandante da embarcação precisou atuar em sintonia. Coube ao piloto executar as manobras essenciais durante o combate com o peixe, enquanto a força descomunal do Marlin obrigou os pescadores a se revezar ao longo da disputa. “Dificilmente uma pessoa sozinha conseguiria trazer ele até o barco”, afirma Pedro. “Essa luta durou quase duas horas. É uma briga intensa, uma experiência única.”
O encontro com um exemplar desse porte no litoral paranaense é considerado raríssimo. A espécie migra pela região apenas em momentos específicos do ano, normalmente entre outubro e dezembro. “No Paraná tem muito poucos registros. Eu conheço uma ou duas pessoas que já pegaram um Marlin aqui”, comenta Pedro. A captura, entretanto, faz parte de uma prática que exige responsabilidade ambiental. O peixe não foi retirado da água, seguindo as regras da pesca esportiva. Assim que chegou próximo ao barco e soltou a isca, voltou ao mar em perfeitas condições. A preservação é tratada como prioridade pelos pescadores. “O peixe vivo é mais importante do que morto. A pesca esportiva ganha muito com isso.”
A distância percorrida, a técnica, o cansaço, o revezamento, a adrenalina e a soltura transformaram o dia em um marco para a equipe. “O Rei do Mar” é o troféu dos mares, o sonho do pescador. Todo mundo quer um dia viver algo assim”, diz Pedro.