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“Maria do Rosário Mirim”; Arruda ataca deputada Ana Júlia e oposição pede punição

No discurso exaltado, Arruda se revoltou com as cobranças de Ana Júlia para que ele seja expulso da CCJ pelas faltas que, segundo ela, estariam sem justificativas
Deputados Ricardo Arruda e Ana Júlia Ribeiro (Fotos: Divulgação)
No discurso exaltado, Arruda se revoltou com as cobranças de Ana Júlia para que ele seja expulso da CCJ pelas faltas que, segundo ela, estariam sem justificativas

Luiz Henrique de Oliveira

13/05/25
às
7:51

- Atualizado há 14 horas

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O clima esquentou nesta segunda-feira (12) durante a sessão da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), com o deputado Ricardo Arruda (PL) atacando a deputada Ana Júlia (PT), que pede a saída dele da Comissão de Comissão e Justiça (CCJ) pelo excesso de faltas. Arruda, que se apresenta como deputado bolsonarista, afirmou que Ana Júlia é a ‘Maria do Rosário Mirim’ e que só apresenta projetos inúteis.

No discurso exaltado, Arruda se revoltou com as cobranças de Ana Júlia para que ele seja expulso da CCJ pelas faltas que, segundo ela, estariam sem justificativas. “Deputada Ana Julia deu um ‘piti’ para fazer cortinho para a página dela e conquistar seguidores, que são alienados. A deputada Ana Julia é a cópia da Mária do Rosário. É a Maria do Rosário Mirim. Cria uma briguinha, faz um show, se vitimiza e mente”, disse.

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Em seguida, Arruda afirmou que Ana Júlia é uma péssima parlamentar e que não trabalha. “Não tem trabalho e brinca de ser parlamentar. Já faltou em 40 sessões plenárias. Trabalha uma ova. Eu faltei 15, em três mandados, não faltei tudo isso. Essa petezada não tem vergonha na cara, só apresenta projetos inúteis, como apoio a LGBT, é não sei o que, só inútil. Maria do Rosário Mirim. Aqui não vai colar. Chega de palhaçada”, concluiu.

As palavras de Arruda revoltaram os parlamentares aliados de Ana Júlia. A Liderança da Oposição na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) emitiu uma nota pública de repúdio, citando o caso como um grave caso de violência política de gênero e que não pode passar sem a devida resposta da presidência da Casa.

O Líder da Oposição e presidente do PT-PR, deputado Arilson Chiorato, falou em Plenário e também concedeu entrevista à imprensa. “É violência de gênero, é machismo institucionalizado, e não vamos mais tolerar isso neste plenário”, afirmou. A Bancada vai formalizar uma representação à Mesa Diretora cobrando providências.

Em seu discurso, o deputado Arilson alertou para o risco de que falas agressivas e ofensivas se tornem práticas recorrentes no ambiente legislativo. “A tribuna não pode ser usada para ataques pessoais. Não é mais um episódio isolado. É um padrão que precisa ser enfrentado com seriedade”, afirmou.

O deputado estadual Arilson Chiorato – Foto: Orlando Kissner/Alep

O Líder da Oposição ressaltou que o Parlamento tem mecanismos legais e regimentais para agir diante de condutas incompatíveis com o decoro. “O Congresso Nacional já aplicou sanções em situações semelhantes. É importante que essa Casa também avalie medidas à altura da gravidade das declarações proferidas”, completou.

A Bancada de Oposição destaca que o comportamento do deputado Ricardo Arruda representa uma prática reiterada de desrespeito, especialmente direcionada a mulheres do Partido dos Trabalhadores. A deputada Ana Júlia tem sido alvo constante de declarações ofensivas e incompatíveis com o decoro parlamentar.

“Só é valentão com mulher. É um comportamento covarde, incompatível com o que se espera de um representante público”, afirmou o deputado Arilson. O Líder da Oposição também alertou para os efeitos desse tipo de conduta no ambiente político e social: “Discursos como esse alimentam o ódio nas redes e na vida real. E isso tem consequências graves.”

Bancada reforça apelo por medidas concretas

A deputada Luciana Rafagnin (PT), Líder do bloco PT-PDT na Assembleia Legislativa do Paraná, também se manifestou em Plenário e reforçou o repúdio às declarações de Ricardo Arruda. Ela criticou a postura agressiva do parlamentar e defendeu providências por parte da presidência da Alep. “Não podemos continuar assistindo a essa postura sem nenhuma consequência. É uma falta de respeito com as mulheres e com o povo paranaense”, afirmou.

Luciana lembrou que Arruda já foi condenado judicialmente por ataques semelhantes à ministra Gleisi Hoffmann e continua repetindo os mesmos padrões. “Parece ciúmes, parece medo de quem está mostrando trabalho de verdade”, completou.

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