O vereador Jornalista Márcio Barros anunciou, na noite desta segunda-feira (25), a saída do Conselho de Ética da Câmara Municipal de Curitiba. O afastamento acontece três dias após o vazamento de áudios em que supostamente antecipa voto pela cassação do vereador Renato Freitas (PT).

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Vereador Márcio Barros (Foto: Câmara Municipal de Curitiba)

Em nota, Barros justifica que a decisão foi tomada como objetivo de “resguardar a integridade do julgamento” de Freitas.

No primeiro áudio, Barros diz que é necessário “meter pressão” em uma vereadora do Conselho de Ética que ainda estaria em dúvida de como votar no processo.

“O que a gente percebe é que tem quatro vereadores que já sinalizaram que vão votar pela cassação, e eu faço parte. E tem três que falaram que vão votar pela suspensão ou arquivamento. E tem duas vereadoras ainda em dúvida, que são a Indiara Barbosa (Novo) e a Noemia Rocha (MDB). O pior de tudo é a Noemia, que é da Assembleia de Deus, né cara? E ela diz que vai votar a favor do arquivamento, enfim, vamos meter uma pressão nela lá”, diz no vazamento.

Ouça:

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Em outro áudio, enviado para Noemia Rocha, Barros pede desculpas:

“Oi vereadora, aqui é o vereador Márcio Barros. Eu quero esclarecer duas coisas importantes. Soube que a senhora recebeu um áudio que eu mandei para uma pessoa, em particular, que faz parte da minha igreja, e ele me questionou como está sendo o processo com em relação a investigação do vereador Renato Freitas. Eu, equivocadamente, falei no seu nome, de forma errada. Quero aqui me retratar, porque eu não posso saber como vai ser seu voto. São tudo suposições baseadas no que vimos em redes sociais e em alguns veículos de imprensa, mas queria dizer que não posso afirmar isso. Fica meu pedido de desculpas por ter sido, de certa forma infantil, por não imaginar que ele poderia espalhar em grupos e coisas do tipo”, afirmou Barros.

Ouça:

Márcio Barros

Barros afirmou que trata-se apenas de um entendimento pessoal. “Após defesa prévia e mais de 12 horas de audiência, como também depois de ouvir o vereador com as suas alegações, o meu posicionamento ficou estabelecido caso houvesse algum parecer no mesmo sentido. Agora, fora do Conselho, mais do que nunca serei um fiscal, acompanhando todos os passos do processo”, conclui.

Renato Freitas

Freitas é investigado por suposta invasão à igreja Nossa Senhora do Rosário, que aconteceu no dia 5 de fevereiro, após protestos pela morte do congolês Moïse Mugenyi Kabagambe, no Rio de Janeiro. Um vídeo mostra o parlamentar, do Partido dos Trabalhadores (PT), discursando no interior do templo religioso com um megafone.

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Freitas afirma que é alvo de mentiras. “A igreja estava aberta e vazia quando entramos e, em nenhum momento, foi-nos dito para não entrarmos. E, uma vez que entramos, não nos foi dito para sair. Pelo contrário, o padre nos acompanhou o tempo todo”.