- Atualizado há 1 mês
O Tribunal do Júri de São José do Rio Preto, no interior de São Paulo, condenou nesta quinta-feira, 13, a 337 anos de prisão o soldador José Antonio Miranda da Silva, que ficou conhecido nos anos 1990 como “Maníaco do Corcel”. Ele responde atualmente a dois homicídios consumados, sete homicídios tentados, sete estupros e cinco roubos, que teriam ocorrido entre 2018 e 2020.
Durante o julgamento, ele assumiu ter matado uma mulher em uma discussão por drogas. Os outros crimes, ele negou. No total, a Polícia Civil local cita ao menos 17 mulheres como vítimas identificadas – os processos tramitam em Rio Preto e outras cidades da região. Procurado, o advogado de Silva, Emerson Bertolini Andrade, afirmou que entrará com recurso junto ao Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) para tentar diminuir a pena. Ele afirmou também que irá citar no recurso “falhas processuais”.
Para receber as principais informações do dia pelo WhatsApp entre no grupo do Portal Nosso Dia clicando aqui
Silva já havia cumprido 20 anos de prisão entre 1997 e 2017 por estupro e homicídio, informou o delegado Wander Solgon, da Divisão Especializada de Investigações Criminais (Deic) de Rio Preto. De acordo com investigações, o condenado utilizava um carro Corcel para dar caronas às vítimas e cometer os crimes nos anos 1990.
Reportagem de Joseane Teixeira, do jornal Diário da Região, cita investigação da Polícia Civil que apontou o acusado como autor da barbárie logo após sair da prisão. Para os atos ilícitos mais recentes, no entanto, ele teria trocado o Corcel por um Corsa. A polícia local apurou ainda que os crimes ocorreram em outras cidades da região de Rio Preto, como Monte Aprazível. “Em 30 anos de profissão, essa é a primeira vez que vejo uma pena alta assim”, disse o delegado Solgon, que apresentou investigação minuciosa do caso às autoridades.
Pela legislação brasileira, qualquer pessoa pode permanecer presa pelo prazo máximo de 40 anos. Em 2019, o pacote Anticrime costurado pelo então ministro da Justiça e Segurança Pública Sérgio Moro, hoje senador, aumentou o período de permanência de um custodiado atrás das grades de 30 anos para 40 anos. Silva foi preso em 2020 e permanece na prisão.