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A novela sobre a decisão que definirá o futuro da Frente Parlamentar do Pedágio da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) ganhou mais um capítulo nesta terça-feira (7), depois que o presidente da Casa, o deputado estadual Ademar Traiano (PSD), deixou a decisão para a Comissão de Obras, a qual a Frente é subordinada. Com isso, a disputa continua entre a oposição ao governador Carlos Massa Ratinho Junior (PSD) e parlamentares ligados a ele.
Os parlamentes da atual Frente, que em sua maioria faz oposição ao governador, querem manter os mesmos deputados da gestão atual, encabeçada pelo presidente, Arilson Chiorato (PT). Do outro lado, nomes ligados a Ratinho Junior querem uma frente mais governista, com o comando do deputado Delegado Jacovós (PL).
A dinâmica de funcionamento é a seguinte: todas as frentes criadas na Alep são subordinadas às comissões. A do pedágio foi criada na legislatura passada e, por isso, perderia a finalidade neste ano. Com isso, se faz necessária a criação de outra Frente, o que será definida pela Comissão de Obras. O impasse está em quem comandará.
O favoritismo está para o Delegado Jacovós, por ter protocolado o pedido de nova Frente 48 minutos antes que Chiorato, que vem cumprindo um papel de forte oposição ao modelo do novo pedágio proposto pelo Governo do Paraná, que é de garantia de obras já embutida na tarifa. Com isso, no caso de uma vitória de Jacovós, seria uma vitória também do governador.
Para se ter uma ideia da força que a Frente Parlamentar do Pedágio teve nestes últimos meses, nessa segunda-feira (6), Chiorato e o deputado estadual, Luiz Cláudio Romanelli (PSD), se reuniram com nomes fortes do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para falar sobre as novas concessões do Paraná. Tudo isso em meio a um novo imbróglio envolvendo os Governos Estadual e Federal (saiba mais aqui).
O deputado Chiorato fez duras críticas ao governador por tentar, nas palavras dele, impedir o trabalho da Frente. “O governador parece um menino mimado, colocando a bola embaixo do braço, quando é contrariado. Vou esperar agora a manifestação da Comissão de Obras e eu tenho minha consciência tranquila. Não aceito pedágio caro e o governador extrapolou os limites aqui na Casa, para acabar com a Frente Parlamentar”
Sobre a decisão tomada na tarde desta terça-feira, o presidente da Alep, Ademar Traiano (PSD), afirmou que ela foi tomada com base no regimento da Casa. “A Comissão de Obras é quem deve responder sobre a continuidade da Frente ou não. Vai depender dela se mantém o requerimento da Frente do Jacovós, que foi protocolada antes, ou do Arilson”, afirmou.
Agora, a Comissão de Obras deve marcar uma reunião nas próximas semanas para deliberar sobre o tema. Segundo o presidente dela, o deputado Gugu Bueno (PSD), será uma decisão do colegiado, formado por sete parlamentares. “Está na mão dos membros da Comissão de Obras, agora com a determinação do presidente Traiano e vamos deliberar nos próximos dias. É uma decisão certeira do Traiano. A frente só pode existir caso não entre em conflito com a Comissão de Obras. Será uma decisão técnica e não política”, garantiu.
Para o deputado Denian Couto (Podemos), que é membro da Comissão de Obras Públicas, Transportes e Comunicação, e está no primeiro mandato, a decisão foi correta e o ideal seria um acordo entre as partes que querem uma nova Frente. “A comissão terá que enfrentar os dois pedidos, um da base do Governo, protocolado antes, e outro protocolado depois. O melhor caminho seria um consenso, caso não seja possível, quem protocolou primeiro”, disse.
“O PT está atrapalhando a continuidade dos trabalhos. Tinha uma viagem marcada do ministro dos Transportes (Renan Filho) ao Paraná, agenda confirmada às 10 horas da manhã, tudo certo. Mas, um movimento orquestrado pelo PT tirou o ministro daqui. Isso é atrapalhar o pedágio, não é a Frente. Existir a Frente é para auxiliar na solução do pedágio, mas quem resolve é o Poder Executivo”, completa o deputado.
Denian ainda acusa alguns deputados de organizar uma ida a Brasília, após o cancelamento da vinda do ministro dos Transportes ao Estado. “Dois ou três dias, parlamentares do PT vão até Brasília para tentar resolver, mas voltam de lá com um problema maior ainda, um abacaxi muito maior para ser descascado. Por isso que a posição do governador Ratinho Junior é certa, esse ultimato é necessário senão vai se protelar, vai se empurrar com a barriga e aí não se terá a solução para o pedágio”, finaliza.