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Todo ano, entre junho e setembro, acontece a temporada de ocorrência de pinguins-de-Magalhães no litoral norte de São Paulo. Infelizmente, muitos são encontrados já mortos e, este ano, o número pode assustar: somente nos dois primeiros dias de julho e na manhã desta quarta-feira, 3, já foram encontrados 43 animais da espécie mortos nas praias paulistas. Apenas outros quatro foram encontrados vivos e estão em reabilitação.
Os dados são do Instituto Argonauta, que executa o Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS), responsável por monitorar a espécie na região e promover resgates, reabilitação e reinserção dos animais no meio ambiente. Este ano, as primeiras ocorrências aconteceram nestes últimos dias.
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A espécie, que é originária da Patagônia, no extremo sul do continente americano, passa pelo litoral paulista durante a rota migratória anual de inverno, quando buscam alimento e águas um pouco mais quentes.
Em 2024, até 10 de julho, haviam sido feitos 43 resgates a pinguins juvenis (são os mais suscetíveis a se perderem do bando) no litoral norte paulista. Destes, 19 estavam mortos e 24 foram resgatados vivos e enviados para recuperação.
Apesar do número alto de mortes em 2025, especialistas não enxergam, até o momento, fatores que podem estar aumentando o índice de mortalidade. Os números podem variar ano a ano.
Segundo o oceanógrafo Hugo Gallo Neto, presidente do Instituto Argonauta e diretor do Aquário de Ubatuba, apesar da ocorrência dos pinguins no litoral sudeste ser um fenômeno natural, ele requer atenção especializada. “A temporada de pinguins é um momento importante para reforçarmos o cuidado com a fauna marinha”, afirma.
“O trabalho das equipes em campo permite identificar rapidamente os casos e direcionar o atendimento adequado. Além disso, o apoio da população ao acionar os canais corretos é crucial para o sucesso das ações de manejo”, diz Carla Beatriz Barbosa, uma das coordenadoras do PMP-BS pelo Instituto Argonauta.
A equipe de resgate a pinguins no litoral norte de São Paulo pode ser acionada por qualquer pessoa, pelo telefone 0800-642-3341.
A recomendação é não tocar nos animais, nem mesmo para devolvê-los para a água, ou sequer oferecer qualquer tipo de alimento até a chegada dos especialistas. “Tais ações podem causar ainda mais estresse ou agravar o estado de saúde do animal.”
Os 47 pinguins já encontrados este ano, todos eles juvenis, foram encontrados encalhados nos municípios de Ubatuba, Caraguatatuba, São Sebastião e Ilhabela.
“Quatro estavam vivos e foram encaminhados para atendimento veterinário e reabilitação na Unidade de Estabilização de São Sebastião e no Centro de Reabilitação e Despetrolização de Ubatuba (CRD)”, informou o Instituto Argonauta.
“Os 43 animais encontrados mortos foram recolhidos e enviados para avaliação com o objetivo de investigar a causa do óbito.”