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A biofábrica de mosquitos Aedes aegypti com a bactéria Wolbachia, que reduz a transmissão de doenças como dengue, Zika e chikungunya, será inaugurada neste sábado (19) na Cidade Industrial de Curitiba. É a maior biofábrica de mosquitos do mundo, com capacidade para produzir, semanalmente, cerca de 100 milhões de ovos do inseto.
A previsão é de que ao longo de 10 anos de atividade, aproximadamente 140 milhões de brasileiros possam ser beneficiados com a implementação do método em diversos municípios do país, só com esta fábrica.
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Os mosquitos com Wolbachia são soltos em diversos locais no Brasil e no mundo. No Paraná, desde que as biofábricas para soltura inauguraram, em julho, já foram soltos cerca de 13 milhões de Wolbitos em Londrina e 7 milhões em Foz do Iguaçu. Atualmente, Joinville (SC), Presidente Prudente (SP), Uberlândia (MG) e Natal (RN), são os outros municípios selecionados pelo Ministério da Saúde onde o método é aplicado.
MÉTODO – Desenvolvido na Austrália, o método é usado no Brasil porque, desde 2014, o país é um dos 14 que compõem o Programa Mundial de Mosquitos – WMP (World Mosquito Program). A iniciativa internacional é conduzida pela Fiocruz, com financiamento do Ministério da Saúde, em parceria com os governos locais.
Para Luciano Moreira, líder do Método Wolbachia no Brasil, esses dez anos desenvolvendo o projeto trouxeram resultados significativos de redução do mosquito transmissor. “ Quando iniciamos , respaldados na ciência, tivemos resultados de quase 60% na redução de casos. O método não faz mal à população e o envolvimento de todos é essencial para o sucesso do projeto”.
A Wolbachia é uma bactéria presente em aproximadamente 60% dos insetos no mundo. Em laboratório, os pesquisadores do WMP conseguiram introduzir esta bactéria dentro dos ovos de Aedes. aegypti. Foi comprovado que, quando a bactéria está presente no mosquito, estes vírus não se desenvolvem bem, reduzindo a sua transmissão.
“Já solicitamos que a estratégia seja aplicada a outros municípios, além dos já selecionados no Estado. Não existe uma definição ainda, dependemos do Ministério da Saúde para essa escolha”, complementou a coordenadora da Sesa.