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Liderança do governo e presidente do PT divergem sobre responsabilidade de problemas na BR-277

Prejuízos provocados pelos problemas na BR-277 aos setores de economia paranaense foram debatidos durante reunião que confirmou coalizão entre partidos como PT e PSDB no Estado
Prejuízos provocados pelos problemas na BR-277 aos setores de economia paranaense foram debatidos durante reunião que confirmou coalizão entre partidos como PT e PSDB no Estado

Redação

21/03/23
às
10:28

- Atualizado há 2 anos

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A responsabilidade dos problemas gerados pelo caos na BR-277 aos setores da economia paranaense se tornou alvo de embate entre a liderança do governo na Assembleia Legislativa (Alep) e o presidente do PT Paraná. Se de um lado o líder do governo na Alep, Hussein Bakri (PSD), defende que os prejuízos não devem ser “pagos” pelo governador Ratinho Jr. (PSD), a direção do Partido dos Trabalhadores do Paraná, representada pelo deputado estadual Arilson Chiorato, se opõe e atribui a questão à administração estadual.

Debatido entre dirigentes e representantes de nove partidos, como PT e PSDB, os problemas apresentados pela BR-277 desde outubro do ano passado foram um dos principais temas abordados durante uma reunião de formação da coalizão, além da concessão de pedágio no Paraná e a privatização da Copel. Em paralelo, os deputados de base e oposição debateram o tema na Alep.

Deslizamento na BR-277 – Foto: Divulgação/PRF

Questionado pelo Portal Nosso Dia sobre as demandas apresentadas por alguns setores da economia em relação aos prejuízos provocados pela rodovia, Arilson Chiorato afirmou que o posicionamento das entidades que representam categorias como turismo e agronegócio é convertido em pressão ao Governo do Estado.

“A pressão dos setores da economia é uma forma de fazer o Ratinho pagar a conta. Ele é o responsável, pois não fez nada quando pôde. Não criou novo pedágio. Lamento o que tem acontecido nas rodovias. Infelizmente, o Ratinho trouxe esse caos para o Paraná”, protestou o dirigente do PT Paraná, que integrou a equipe de infraestrutura no governo de transição do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva.

Sobre o Governo do Estado ter de assumir a responsabilidade sobre o tema, como defende Chiorato, Hussein Bakri diz divergir, mas também respeitar a posição. “Acho que ninguém tem que pagar essa conta. Não é essa a questão. O problema é quando se politiza a pauta”, disse o deputado antes de também criticar o último modelo de pedágio vigente no Paraná.

Como mostrou o Portal Nosso Dia, o setor agrícola do Estado estima um prejuízo de R$ 600 milhões no escoamento de soja por causa dos problemas na BR-277. Já a categoria que representa o turismo calcula um rombo de R$ 450 milhões somente durante a temporada de verão em 2023. Somadas, as perdas ultrapassam R$ 1 bi.

Obra emergencial na BR-277 – Foto: Divulgação/DER

Nesta terça-feira (21), o tráfego na BR-277 flui com dois desvios operacionais, segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF): nos km 42 e 33. O primeiro ocorre em razão de um deslizamento de terra registrado em outubro do ano passado e o segundo, por causa de um afundamento no asfalto, em fevereiro. Por volta das 9h30, usuários da rodovia federal enfrentavam fila de pelo menos 5 quilômetros devido ao desvio no km 42, no sentido Litoral do Estado, segundo o Departamento de Estradas de Rodagem do Estado do Paraná (DER-PR). No último dia 15, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) deu início às obras de contenção das fendas formadas no km 33 da via.

Pedágio no Paraná

Ao Portal Nosso Dia, Arilson Chiorato também destacou que o presidente Lula “tem pressa em relação à manutenção das rodovias no Paraná”. O mandatário esteve em Foz do Iguaçu, no Oeste do Paraná, no último dia 16, para participar da posse de Enio Verri como diretor-geral brasileiro da Itaipu Binacional.

O Ministério dos Transportes inclusive divulgou ter liberado R$ 439 milhões para manutenção das estradas federais do Estado. “Lula frisou que quer um pedágio barato e afirmou que a pressa dele é a manutenção das rodovias. Ele disse que vai fazer todas as mudanças necessárias para baixar o valor do pedágio”, acrescentou o deputado estadual.

Ao avaliar o montante mencionado pela pasta, o líder do governo na Alep disse que o valor é “insuficiente”. “É importante ressaltar que o recurso é bom, mas insuficiente para atender às rodovias do Paraná”, disse Bakri.

O Nosso Dia questionou ao Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) qual é a previsão para a chegada desse recurso e qual é a prioridade em relação ao uso. A reportagem aguarda resposta.

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