PUBLICIDADE
PARANÁ /
DIA A DIA

Leprevost pede análise de riscos sobre vinda de lixo de outros estados ao Paraná

Deputados da base aliada do próprio governador Ratinho Jr. derrubaram dois vetos ao projeto que trata do gerenciamento de resíduos e aterros sanitários no Paraná
Foto: Sandro Nascimento
Deputados da base aliada do próprio governador Ratinho Jr. derrubaram dois vetos ao projeto que trata do gerenciamento de resíduos e aterros sanitários no Paraná

Redação

30/07/22
às
9:22

- Atualizado há 3 anos

Compartilhe:

O deputado federal Ney Leprevost pediu, nesta sexta-feira, a Procuradoria Geral da República, uma análise de riscos ambientais, sanitários e sociais causados pelo trânsito de lixo entre os estados brasileiros e seu consequente armazenamento no Paraná. A decisão de Leprevost se deu depois que, na última segunda-feira (25), deputados da base aliada do próprio governador Ratinho Jr. derrubaram dois vetos ao projeto que trata do gerenciamento de resíduos e aterros sanitários no Paraná.

Com a derrubada do veto, o Estado do Paraná poderá receber lixo de outros estados, desde que seguidas algumas regras estabelecidas pelos parlamentares. “Não é minha prerrogativa de parlamentar federal fazer publicamente juízo de valores sobre decisões de deputados estaduais e não desejo, em hipótese alguma, desrespeitar o Poder Legislativo Estadual. Mas, como representante do Paraná na Câmara Federal, seria omissão de minha parte deixar de alertar a União, através da Procuradoria da República, sobre uma legislação do nosso estado que pode desencadear impactos ambientais e riscos para segurança sanitária do paí”, disse Leprevost.

De acordo com o deputado, a lei aprovada pode ferir a Constituição Federal. “Eu jurei defender a Constituição e assim preciso proceder. Pois, a primeira vista, salvo melhores esclarecimentos futuros, a lei aprovada aparenta ferir preceitos constitucionais importantes, inclusive incisos que tratam da saúde pública”, afirmou Leprevost.

De autoria do deputado Tião Medeiros (Progressistas), a lei visa estabelecer diretrizes e critérios para o licenciamento, implantação, operação e encerramento de aterros sanitários e industriais e para o gerenciamento de resíduos. A proposição, segundo o autor, visa o controle da poluição, da contaminação e à minimização dos impactos ambientais.

Justiça

O presidente da Comissão de Ecologia, Meio Ambiente e Proteção aos Animais da Alep, deputado Goura (PDT), afirma que deve entrar na Justiça contra a promulgação dos deputados.

“Como definir um governo que na propaganda se diz sustentável, mas que na realidade flexibiliza licenciamentos e facilita a entrada de resíduos perigosos no estado? Estamos entrando com uma ação na justiça junto à bancada de oposição para barrar esse retrocesso. O Paraná não é lixão e não pode ser usado para o lucro de poucos”, disse nas redes sociais.

Votos invertidos

Durante a sessão legislativa, chamou a atenção a tomada de votos invertidos dos deputados. Enquanto a oposição optou por manter o veto, a situação decidiu derrubar.

O líder do Governo, Marcel Micheletto (PL), afirmou que houve um acordo para que isso acontecesse.

Já o presidente Ademar Traiano (PSD) citou o ex-secretário do Desenvolvimento Sustentável e Turismo, Márcio Nunes (PSD), que também encaminhou posição favorável a derrubada do veto. “Houve um entendimento de equívoco por parte do Governo do Estado”, disse.

Já o líder da oposição, Arilson Chiorato (PT) cutucou: “Única vez que o governador acertou e a bancada dele dele vai derrubar”.

Em nota, a Alep defendeu o projeto. “Ao contrário do que induz as reportagens, o projeto de lei não libera de forma indistinta a importação de lixos de outros Estados. O texto aponta que qualquer movimentação dessa natureza deve ser autorizada pelos órgãos ambientais competentes. A legislação moderniza os parâmetros ao permitir ao Estado a gestão dos resíduos sólidos de uma maneira coordenada. (…) Repudia-se, portanto, qualquer alegação de que a proposta aprovada atenda interesses particulares em detrimento do interesse público”, afirma.

TÁ SABENDO?

DIA A DIA

© 2024 Nosso dia - Portal de Noticias