- Atualizado há 3 dias
O laudo da Polícia Científica do Paraná sobre o acidente que matou o empresário Marcos Lazário, dono da churrascaria Master Grill, no bairro Vila Izabel, em Curitiba, indica que o ônibus do transporte coletivo envolvido no acidente transitava com problemas no sistema de freios. Além disso, o sistema de frenagem de emergência traseiro estava desabilitado.
Nesta semana, o Portal Nosso Dia trouxe uma entrevista com o filho de Marcos, Maicon Lazário, cobrando mais rapidez das autoridades para a conclusão do inquérito policial sobre o acidente, que aconteceu no cruzamento das Avenidas Iguaçu e Presidente Arthur Bernardes. Relembre aqui.
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Conforme o laudo, trazido à tona pela RPC TV, foi constatado que uma mangueira que compõe o sistema de ar estava rasgada e com um furo, o que não a permitia gerar pressão suficiente para os freios e suspensões.
“É possível concluir que, nos momentos imediatamente anteriores ao acidente, o sistema pneumático estava ineficiente, por queda brusca de pressão de alimentação ocasionada devido a não estanqueidade do sistema, no qual a mangueira de descarga do compressor apresentava um rasgo longitudinal e outro furo em sua lateral, não conseguindo, portanto, gerar pressão de sistema suficiente de 10,8bar a todos os sistemas dependentes (freios, suspensão e auxiliares) que dependem da pressão de ar comprimido para funcionar e dessa forma, encontravam-se prejudicados”, indica o documento.
O laudo também aponta que o sistema de frenagem de emergência traseiro do ônibus estava desabilitado, isolado por ação humana intencional. Vale lembrar que o coletivo, antes de rodar, passou por reparo emergencial na Praça Rui Barbosa, porém não é possível precisar se esse isolamento foi realizado neste local.
Com isso, conforme a RPC TV, o documento aponta que “nessa condição, o veículo ainda poderia se deslocar por uma curta distância, sem que a ausência de freios fosse imediatamente perceptível”.
Respostas
O laudo finaliza afirmando que não foi constatada a checagem de pontos importantes para a segurança do veículo, após o ônibus sofrer a intervenção externa emergencial, assim como é feita quando o motorista assume a linha com o veículo ainda na garagem.
Para a conclusão do inquérito policial, além do laudo do acidente já entregue, a Polícia Civil aguarda da Polícia Científica o laudo o de perícias audiovisuais. A assessoria da Polícia Científica, ao ser questionada se há uma data para a entrega do laudo, informou não ter uma previsão.
A URBS lamentou o acidente e afirmou que tem fornecido todas as informações, dados, telemetria e históricos da operação para que as autoridades oficiais que investigam o acidente tenham todos os elementos necessários para concluir o caso. “Lembrando que o ônibus envolvido no acidente está fora de operação. A Urbs ainda não teve acesso ao laudo da Polícia Científica”, diz a nota.
A empresa Expresso Azul, responsável pelo ônibus envolvido no acidente, enviou o seguinte posicionamento: “A Expresso Azul lamenta profundamente o acidente ocorrido em 13 de dezembro de 2024, em Curitiba, envolvendo um de seus ônibus e reitera, mais uma vez, seus sentimentos de pesar aos familiares e amigos da vítima. Por respeito ao andamento das apurações, e em conformidade com as normas da empresa, a Expresso Azul informa que não irá se manifestar sobre o processo em curso, aguardando as conclusões finais da investigação e o desfecho jurídico do caso”, diz a nota.
A Polícia Civil do Paraná questionada sobre um prazo para a entrega do laudo e do inquérito policial respondeu de forma sucinta: “A PCPR segue realizando todas as diligências necessárias para o andamento da investigação. Mais informações serão repassadas com a conclusão do inquérito policial”, afirma a nota.